Em pronunciamento na tarde desta quarta-feira, 8, o presidente norte-americano Donald Trump voltou a afirmar que não irá tolerar o que chamou de “campanha de terror” iraniana. Em cerca de dez minutos de discurso, Trump criticou o acordo nuclear feito com o Irã, anunciou severas e imediatas sanções econômicas ao país e ressaltou o poderio bélico americano, embora afirme não querer utilizá-lo.
Foi o primeiro pronunciamento de Trump após os ataques a bases militares americanas no Iraque, na madrugada de quarta-feira, 8 (noite de terça-feira no Brasil) – retaliação ao ataque aéreo feito pelo governo americano em Badgá que levou à morte do general iraniano Qassim Suleimani, comandante das Força Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.
Ameaça nuclear
Antes mesmo de cumprimentar jornalistas e autoridades presentes, Trump declarou: “Enquanto eu for presidente dos EUA, o Irã jamais terá a permissão para ter uma arma nuclear”. A preocupação com a potência nuclear iraniana foi repetida ao longo de todo o discurso, e reforçada em apelo feito diretamente a Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China para que reconheçam a necessidade do Irã “abandonar ambições nucleares e o apoio ao terrorismo”.
Os cinco países fazem parte do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado em 2015 junto com EUA, Irã e União Europeia. O acordo, chamado no discurso de Trump de “muito defeituoso”, impõe limites aos programas nucleares nacionais. Os EUA abandonaram o Plano em 2018. Depois da morte de Qassim Suleimani, o Irã declarou que não irá mais cumprir as limitações impostas.
Terrorismo e sanções econômicas
Trump também reforçou a urgência de combater o terrorismo, e que o ataque e morte do general iraniano Qassim Suleimani foi uma “ação decisiva para impedir um terrorista cruel de ameaçar vidas americanas”. Ressaltou, ainda, que o general era responsável pelo treinamento de exércitos terroristas, “alimentando sangrentas guerras civis em toda a região, ferindo e matando cruelmente milhares de soldados americanos”.
Com o argumento da necessidade urgente de que os países do mundo se unam no mesmo propósito de combate ao terrorismo, Trump ressaltou que EUA e Irã deveriam trabalhar juntos na prioridade de “destruir o Estado Islâmico” e que “os EUA estão prontos para apoiar a paz com todos que a busquem”.
Porém, até que o Irã “mude seu comportamento”, os EUA irão impor fortes e imediatas sanções econômicas ao país. Sem detalhar quais sansões seriam, o presidente destacou que a decisão será uma arma mais forte que o poderio militar no Oriente Médio.
Ataque sem baixas
Após o ataque iraniano da madrugada de quarta-feira, Trump afirmou que o Irã “parece estar se acalmando, o que é uma coisa boa para todas as partes preocupadas e uma coisa muito boa para o mundo” . O republicano também elogiou as forças militares de seu país, “mais fortes do que nunca”, e destacou o poderio bélico americano, com “mísseis grandes, poderosos, precisos, letais e rápidos”, além de “muitos mísseis hipersônicos sendo construídos”. Afirmou que não espera ter quer recorrer a essas armas, mas disse que o Exército dos Estados Unidos está preparado para “qualquer coisa”.
Sobre os ataques, Trump declarou que nenhum americano ficou ferido, que todos os soldados estão em segurança, e que houve apenas danos mínimos às bases militares. “Nenhuma vida americana ou iraquiana foi perdida, devido às precauções tomadas, à dispersão de forças e a um sistema de alerta precoce que funcionou muito bem”, afirmou. Mais cedo, o governo iraquiano havia confirmado ter alertado as forças militares americanas sobre um possível ataque às bases militares no país.
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