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Pressão

Em reunião tensa, UE e EUA se opõem a ajuda nuclear ao Irã

As potências ocidentais pediram na segunda-feira à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) que negue ao Irã ajuda em uma usina que pode gerar plutônio para bombas atômicas, mas Washington não apresentou objeções a sete outros projetos de Teerã.

Os 35 países da direção da AIEA pedem repetidamente ao Irã que não leve adiante o projeto do reator de água-pesada de Arak. Teerã promete concluí-lo e pediu ajuda técnica da AIEA para cumprir com as normas de segurança.

Normalmente, a aprovação da AIEA a esses pedidos é mera formalidade, mas desta vez as potências ocidentais disseram que o caso de Arak deve ser rejeitado devido ao histórico iraniano de driblar as inspeções da AIEA e ao fato de Teerã ter ignorado os apelos da ONU para suspender seu programa de enriquecimento de urânio.

``Devido a decisões anteriores da direção, às contínuas questões sobre o programa nuclear do Irã e ao risco de que o plutônio seja desviado para o uso em uma arma, os EUA se juntam a outros que não podem aprovar esse projeto'', disse o embaixador norte-americano na AIEA, Gregory Schulte.

A embaixadora finlandesa, Kirsti Helena Kauppi disse, em nome da União Européia, que a ajuda técnica deveria ser vetada porque ``envolveria um risco significativo de proliferação (de armas nucleares).''

O Irã diz que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para a geração de energia pacífica e que a usina de Arak vai produzir apenas radio-isótopos para fins médicos, substituindo um reator de água-leve anterior à Revolução Islâmica de 1979.

Os países em desenvolvimento entraram em atrito com as potências ocidentais durante a reunião, dizendo que a rejeição ao pedido iraniano estabeleceria um precedente político que poderia no futuro prejudicar países que usam a energia nuclear pacífica.

Diplomatas disseram que a maioria dos membros da direção da AIEA preferiu evitar a votação, prevendo que o Irã seria derrotado e acusaria o Ocidente de intimidação.

Esses diplomatas afirmaram que um acordo está sendo negociado para arquivar o pedido sobre Arak e autorizar outros sete projetos do Irã, considerados menos problemáticos. Schulte disse que os EUA apoiariam essa solução, que pode sair até o final da semana.

Uma saída possível seria condicionar a ajuda em Arak a uma orientação do Conselho de Segurança da ONU, onde as potências mundiais discutem a possibilidade de sanções a Teerã.

Isso, segundo um importante diplomata, ``ajudaria a não alienar os países em desenvolvimento na direção e daria tempo para vermos o que o Conselho de Segurança fará para resolver esta batalha.''

O Movimento dos Países Não-Alinhados, ao qual o Irã pertence, divulgou nota condenando as tentativas de ``usar o programa de cooperação técnica da AIEA como ferramenta para propósitos políticos'', o que seria uma violação dos estatutos da agência.

O Irã promete construir o reator de Arak com ou sem ajuda da AIEA. A direção da agência tem 820 propostas de 115 países para aprovar até sexta-feira.

Rússia e China, que se opõem às sanções ao Irã, não viram problemas na usina de Arak, segundo diplomatas.

O representante iraniano na entidade, Aliasghar Soltanieh, acusou as potências ocidentais de politizarem a ajuda. ``Ao aprovarem esse projeto, a AIEA terá muito mais presença e supervisão em Arak do que antes, continuamente monitorando e dando assessoria de segurança'', disse ele a jornalistas.

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