O primeiro plano nacional da China para as alterações climáticas buscará fortalecer o país contra os danos do aquecimento global e, ao mesmo tempo, contra as pressões internacionais para a redução de suas emissões de dióxido de carbono que Pequim considera como parte do custo do desenvolvimento. O país divulgará seu plano nacional na segunda-feira, dois dias antes de o presidente Hu Jintao participar de um encontro do G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rúsia) na Alemanha, que discutirá o aquecimento global.
Pequim já sinalizou que o plano reúne medidas para limitar os efeitos do aumento do nível do mar, do agravamento das secas e do degelo das calotas polares, mas também busca proteger suas ambiciosas metas de crescimento das quotas de emissões de gases que, segundo o governo, podem restringir seu desenvolvimento.
- O aquecimento global já é uma realidade incontestável, tendo sérias conseqüências para os ecossistemas naturais e a humanidade - concluiu um encontro presidido pelo primeiro-ministro Wen Jiabao, na sexta-feira passada, informou a agência oficial de notícias Xinhua.
Entretanto, a China "insistirá em responder às alterações climáticas dentro de um padrão de desenvolvimento sustentável", afirma o texto do encontro que aprovou o plano.
- Se as emissões de gases dos países em desenvolvimento forem restringidas, sua margem para o desenvolvimento e aumento do padrão de vida de seus habitantes será seriamente afetada - afirmou Pan Jiahua, pesquisador da política climática chinesa que ajudou a elaborar o plano.
Neste ano, a China provavelmente ultrapassará os EUA na condição de principal emissor de dióxido de carbono do mundo. Contudo, se considerado o imenso contingente populacional do país, incluindo milhares de milhões camponeses pobres, a emissão per capita do país é apenas uma fração da verificada em países ricos.
Segundo autoridades chinesas, as emissões per capita do país são um quinto das dos EUA.
- Precisamos encontrar maneiras de conter as emissões. A contradição que a China enfrenta é que também temos de desenvolver a economia e criar empregos - afirmou à Reuters Zou Ji, um especialista em política climática de Pequim que participou da confecção do plano chinês.
As pressões para a redução de emissões devem aumentar com as negociações para prorrogar um acordo da ONU sobre aquecimento global para além de 2012, quando se encerra a primeira etapa do Protocolo de Kyoto, de 1997.
A China e outros países em desenvolvimento assinaram o acordo, mas, conforme as regras atuais, não precisam estabelecer metas para emissões. Os EUA denunciaram o acordo em 2001, afirmando que o Protocolo de Kyoto não deveria excluir países em desenvolvimento das metas de emissões em sua primeira etapa.
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