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Guerra no Oriente Médio

Em visita a Israel, Macron propõe “coalizão internacional” contra o Hamas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com o presidente francês, Emmanuel Macron, em uma coletiva de imprensa conjunta em Jerusalém, nesta terça-feira (24) (Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE ENA / POOL)

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O presidente da França, Emmanuel Macron, iniciou uma visita diplomática a Israel nesta terça-feira (24) com o objetivo de diminuir a escalada das tensões no Oriente Médio, em um guerra que já deixou milhares de mortos desde o dia 7 de outubro.

Em sua fala, Macron afirmou que a prioridade do governo israelense deve ser a libertação de todos os reféns capturados pelo Hamas. “O primeiro objetivo que deveríamos ter hoje é a libertação de todos os reféns, sem distinção. É um crime horrível brincar com a vida de crianças, adultos, idosos, civis e soldados”, disse o mandatário francês ao lado de seu homólogo israelense, Isaac Herzog.

Segundo o governo de Israel, 22 franceses foram mortos e outros três continuam desaparecidos após o ataque terrorista o país, onde ao menos 1,4 mil pessoas morreram e mais de 220 foram raptadas e levadas para Gaza.

O presidente francês afirmou que vai propor a outros países a formação de uma "coalizão internacional" contra o Hamas, ação semelhante ao que os EUA fizeram contra o Estado Islâmico.

"Quero propor aos nossos parceiros da coalizão 'anti-Isis' (em referência ao Estado Islâmico) no Iraque e na Síria uma parceria internacional e regional para combater o Hamas e outros grupos terroristas que nos ameaçam".

“Quero que tenham a certeza de que estamos ombro a ombro com vocês e com sua nação e faremos tudo o que pudermos para restaurar a paz, a segurança e a estabilidade para o seu país e para toda a região”, afirmou Macron ao presidente israelense.

Em resposta, o governo de Israel também fez advertências às milícias em toda a região contra o seu envolvimento na escalada, especialmente ao grupo xiita Hezbollah, que aumentou seus ataques a partir do sul do Líbano contra o norte de Israel.

"Estamos acompanhando de muito perto a situação no Líbano, acho que o Hezbollah está brincando com fogo, acho que o império do mal do Irã está de volta e operando através deles para desestabilizar o Oriente Médio e a região", disse Herzog.

"Não estamos buscando um confronto na fronteira norte ou com qualquer outra pessoa, estamos concentrados em destruir a infraestrutura do Hamas e trazer nossos cidadãos de volta para casa, mas se o Hezbollah nos arrastar para a guerra, deve ficar claro que o Líbano pagará o preço", advertiu o presidente israelense.

A França busca evitar uma extensão da guerra, e por esta razão, Macron apontou em uma recente conversa telefônica com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, que a milícia xiita Hezbollah “não deveria entrar” no conflito, pedindo a Teerã que “ficasse fora dele”.

Fontes francesas afirmam que o líder francês quer uma “pausa humanitária” do conflito, que permitiria a entrada de ajuda internacional em Gaza, o que por sua vez ajudaria na libertação dos reféns e relançaria uma “perspectiva política" na região.

Nesta perspectiva, Paris espera envolver, mais uma vez, os atores da região na busca de uma fórmula de segurança e paz que satisfaça as necessidades de cada um, incluindo a criação do Estado palestino.

Durante sua visita a Israel, ele se reuniu com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, líderes da oposição e familiares das vítimas do ataque do Hamas.

Por outro lado, Macron deve se reunir com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que governa áreas limitadas da Cisjordânia ocupada, outro território onde a violência aumentou como resultado da guerra contra o Hamas.

“Temos muito que fazer juntos, o que aconteceu nunca será esquecido”, destacou Macron em Israel.

Reunião na ONU

A Assembleia Geral da ONU vai realizar uma sessão de emergência nesta quinta-feira (26) para discutir a guerra em Gaza e a situação nos territórios palestinos em geral, disse o presidente do órgão, Denis Francis.

O encontro foi marcado após as diversas solicitações feitas por embaixadores na ONU em países árabes, pela Organização da Conferência Islâmica e por um grupo de países asiáticos. (Com agência EFE)

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