O ditador da Síria, Bashar al-Assad, fez uma visita surpresa na noite de terça-feira (20) a Moscou, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e o agradeceu pela campanha de ataques aéreos da Rússia em território sírio, iniciada há algumas semanas.
Esta foi a primeira viagem de Assad ao exterior desde o início da guerra civil em seu país, em março de 2011. Segundo o regime sírio, o ditador já retornou para Damasco.
“Se não fosse pelas ações da Rússia, o terrorismo teria se propagado pela região, teria assumido o controle de um território ainda maior”, disse Assad, segundo a imprensa russa. “Gostaria de agradecer mais uma vez ao povo russo por seu apoio ao nosso país e expressar a esperança de que venceremos o terrorismo.”
No encontro, os dois líderes concordaram que a intervenção militar russa deve encaminhar um processo político no país.
O líder russo disse que uma solução política do conflito é possível “com a participação de todas as forças políticas, étnicas e religiosas” da Síria. “Estamos dispostos a fazer o que for possível não apenas na luta contra o terrorismo, mas também no processo político.”
Além disso, Putin insistiu na importância que a intervenção na Síria tem para a segurança da Rússia. “Não podemos permitir que pessoas da ex-União Soviética, com experiência militar e treinadas pelos terroristas na Síria, apareçam no território da Federação da Rússia”, disse Putin. Segundo ele, ao menos 4.000 pessoas da região foram à Síria para lutar ao lado de grupos radicais.
Guerra
Ao iniciar no fim de setembro os bombardeios na Síria em favor de Assad, a Rússia mudou o panorama da guerra civil no país. Embora tenha reafirmado que seus alvos são somente posições de organizações radicais como o Estado Islâmico (EI), o Kremlin é acusado pelo Ocidente de atacar áreas dominadas pela oposição.
Uma semana após o começo da campanha russa, o Exército sírio anunciou uma “grande ofensiva” por terra para retomar territórios sob controle dos rebeldes no centro e na porção ocidental do país.
A participação da Rússia na guerra síria aprofundou a crise entre Moscou e o Ocidente, que já vinha se agravando com o apoio do Kremlin a separatistas no Leste da Ucrânia e com a anexação da península da Crimeia, em março de 2014.
Desde o início do conflito sírio, na esteira do levante popular conhecido como Primavera Árabe, o Ocidente vinha apostando em uma solução que passasse pela deposição de Assad. A Rússia, aliada de longa data do regime sírio, reiterou diversas vezes sua defesa de que Assad permaneça no poder e vetou em instâncias internacionais resoluções sobre a crise.
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