O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que está visitando autoridades brasileiras em Brasília nesta terça-feira (18), criticou seu homólogo americano, Donald Trump, a quem acusou de gerar riscos de “problemas no sistema econômico internacional” e “crises nas organizações internacionais”.
Rebelo, que já foi líder do centro-direitista Partido Social Democrata, do atual primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro (que também cumpre agenda em Brasília nesta semana), e hoje é independente, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais cedo e falou com jornalistas após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
“É um desafio enorme, um desafio que muda o equilíbrio de poder do mundo. Porque por um lado trava o diálogo multilateral, e por outro lado, cria problemas no sistema econômico internacional”, falou Rebelo, ao ser perguntado sobre suas impressões do novo governo Trump.
“Além disso, provoca o risco de crises nas organizações internacionais e, sobretudo, é uma realidade que pode ser importante para um ou outro país, mas acaba por ter muitos sacrifícios para países como o Brasil, que é uma potência mundial, e como Portugal, que tem uma presença em todos os continentes com uma diáspora fortíssima. E daí [vem a necessidade de nos] colocarmos em conjunto para enfrentar aquilo que é uma situação nova na vida internacional e que é uma situação que, como todas que são novas, enfrenta problemas e tem que ser resolvida”, acrescentou.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump anunciou tarifas de 25% sobre importações americanas de aço e alumínio e tarifas recíprocas país a país.
Porém, economistas ouvidos este mês pela revista portuguesa Sábado apontaram que Portugal deve ser um dos países menos afetados na União Europeia pelas tarifas do presidente americano.
Apesar de ter sido o quarto maior destino das exportações portuguesas em 2023, os Estados Unidos representaram menos de 7% das vendas do país, enquanto na União Europeia como um todo o mercado americano representou 20%.