Em uma votação apertada nesta quinta-feira (15), o Knesset aprovou por 61 votos a 59 a equipe de governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, abrindo caminho para a posse do 34º governo de Israel.
A apresentação da equipe de governo foi repleta de vaias e interrupções por parte da oposição. Três deputados de origem árabe foram retirados do Parlamento em um dia marcado por fortes turbulências no Likud, partido de Netanyahu, a respeito das posições ministeriais.
O parlamentar Gilad Erdan, número dois na lista do Likud, não ficou à frente de nenhum ministério, e não esteve presente durante a apresentação da equipe de governo.
As negociações para formar uma coalizão foram tão duras que Netanyahu teve de ceder mais ministérios do que o previsto aos aliados. As conversas se seguiram até o último minuto antes da votação nesta quinta, e o premiê conseguiu que o Parlamento adotasse uma lei que lhe permite nomear mais ministros do que antes.
Com o centro de gravidade ainda mais à direita do que na gestão anterior, o novo governo conta com apenas 61 votos do total de 120. Esse arranjo deixa o premiê Netanyahu à mercê de qualquer deserção.
Entre os 20 ministros da equipe de governo, 12 ministros são do Likud, dois do partido ultraortodoxo Shas, e três do partido de centro-direita Kulanu. O partido Lar Judaico, de extrema-direita, terá três ministros, entre eles Naftali Bennett, que deixa o ministério da Economia para assumir o ministério da Educação, e Ayelet Shaked — que no ano passado foi comparada a Hitler pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan — que será a ministra da Justiça.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta quinta-feira que continua acreditando que uma solução de dois Estados para Israel e os palestinos é “absolutamente vital” para alcançar a paz no Oriente Médio.
Obama reconheceu que a perspectiva de um acordo de paz “parece distante agora”, observando que alguns membros do novo governo de Israel não concordam que uma solução de dois Estados seja viável.
“Uma solução biestatal é absolutamente vital, não apenas para a paz entre israelenses e palestinos, mas também para a segurança de Israel a longo prazo”, afirmou Obama. “Sei que se formou um governo que inclui alguns membros que não necessariamente acreditam nisso, mas esta continua sendo minha premissa”.