Representantes da embaixada brasileira já estão na Capadócia, na Turquia, para prestar ajuda aos feridos na queda de um balão e acompanhar a liberação dos corpos de três brasileiras que morreram no acidente na segunda-feira (20). O Ministério de Relações Exteriores informou, porém, que não há uma previsão de quando os corpos serão trazidos para o Brasil. As autoridades turcas investigam as causas do acidente.
Três moradoras do Rio de Janeiro, que viajavam juntas, morreram e outros oito brasileiros ficaram feridos. Nesta terça-feira (21), uma equipe da embaixada do Brasil fará nova ronda nos hospitais para verificar se não há mais brasileiros feridos.
O balão caiu após se chocar com outro nas proximidades de Nevsehir, capital da Capadócia, por volta das 6 horas (horário local) de segunda. O revestimento do "envelope" de um dos balões esbarrou no cesto de um outro balão e, a partir daí, começou a cair de uma altura de aproximadamente 300 metros. O envelope é a parte de tecido que sustenta o equipamento com ar quente.
Pelo menos 24 turistas estavam no balão que caiu. Deste grupo, além das três mulheres que morreram, há um brasileiro ferido em estado grave. Até o início da noite de segunda, quatro feridos permaneciam internados em Nevsehir e três, em Kaisery. Uma das vítimas brasileiras foi liberada logo depois de um rápido atendimento.
Outras duas vítimas seriam submetidas a cirurgias. Pelo menos uma espanhola também ficou ferida na ocorrência. A embaixada brasileira não sabe quais teriam sido as causas do acidente. Para o embaixador Antônio Luís Espínola Salgado, é necessário aguardar o resultado das investigações da polícia turca. Para a embaixada, o mais importante agora é prestar assistência aos familiares.
A brasileira Rosana Faria Santo, de 58 anos, já foi operada, segundo a família. - Ela ligou duas vezes, as 3 horas e as 9 horas. Já passou por cirurgia na coluna. Percebi que a minha mãe está mais calma, mas ela quer vir embora logo - conta a filha Fabíola Faria Santo.
O pai, Wagner Ferreira Santo, que sofreu fraturas na queda com o balão, também precisa ser operado. Ele e a mulher estão internados em hospitais diferentes.
O irmão, Fabiano, embarcou de São Paulo para a Turquia na segunda. Como não conseguiu um voo direto, deve chegar somente à noite. "O meu pai preferiu esperar o meu irmão chegar para operar. Ele teve fraturas nas pernas e também terá que passar por cirurgia na coluna. Acho que quando o Fabiano chegar, eles vão se sentir mais tranquilos", diz a filha do casal.
O casal de empresários, que vive em São Paulo, voltaria da Turquia no próximo dia 27.
Amigas viajavam juntas há 20 anos
As três senhoras que morreram após a colisão eram viúvas e viajavam juntas há mais de 20 anos. Elas chegaram à Turquia em 14 de maio e integravam um grupo formado por cinco mulheres, relatou Luiz Paulo, genro de Marina Rosas, uma das vítimas. Além de Marina, as vítimas são Maria Luiza Gomes e Ellen Kopelman.
Outra moradora do Rio, Maísa Lima ficou ferida na queda do balão. Luiz Paulo, que é marido de Liesel Rosas, filha de Marina, disse que o Itamaraty informou à família que uma missão da embaixada do Brasil na Turquia foi enviada à Capadócia para trazer mais informações aos parentes. A família de Marina enviou à embaixada fotos e outros documentos que possam ajudar na identificação.
O genro de Marina contou que a família ainda não recebeu nenhuma informação oficial do Itamaraty.
"A minha mulher está muito abalada. Há uma dificuldade para fazer a identificação oficial. Com a queda, os objetos pessoais de quem estava no balão ficaram dispersos. Cada bolsa foi para um lado diferente", relatou o genro de Marina.