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Charge traz a mensagem: “Ninguém gosta da guerra, mas nenhum pai deixaria alguém roubar seu filho”
Charge traz a mensagem: “Ninguém gosta da guerra, mas nenhum pai deixaria alguém roubar seu filho”| Foto: Reprodução/Twitter

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi alvo de diversas charges na mídia estatal chinesa por ocasião da sua visita na semana passada a Taiwan, como uma que a representou como bruxa e outra que transformou seus cabelos em “tentáculos”, cada um representando um “pecado”: como “manipulação política” e “abuso de poder com intenções egoístas”.

Entretanto, uma dessas charges chamou mais a atenção, por ter sido publicada pelo Twitter da Embaixada da China na França e por ter elementos de intolerância religiosa.

Ela mostra uma mulher com o rosto de Pelosi, com uma coroa de estrelas como a da Virgem Maria, tentando roubar uma criança do berço enquanto um homem com um martelo (um dos símbolos do comunismo) observa a cena e parece prestes a reagir.

A charge tem a mensagem: “Ninguém gosta da guerra, mas nenhum pai deixaria alguém roubar seu filho”. Na publicação, a embaixada usou as hashtags #Taiwan e #PelosiVisit e informou em chinês os nomes do desenho (“Maria roubando o bebê”) e do artista (Wuheqilin, cartunista chinês conhecido pelas suas charges contra os Estados Unidos).

Além da referência política – a China considera Taiwan uma província rebelde e não um país independente, e por isso a visita de Pelosi seria uma interferência em assuntos internos chineses, segundo o entendimento da ditadura comunista -, o desenho parece fazer alusão à religião de Pelosi, que é católica, embora sua posição pró-aborto seja criticada pela Igreja: em maio, o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, a proibiu de receber a comunhão na arquidiocese.

Embora não tenha mencionado especificamente nenhuma das charges chinesas, Pelosi sugeriu que foi criticada por machismo e disse que quando congressistas americanos do sexo masculino estiveram em Taiwan não houve a mesma reação.

“Acho que fizeram um grande estardalhaço porque eu sou a presidente [da Câmara], acho. Não sei se isso foi uma razão ou uma desculpa, porque eles não falaram nada quando os [parlamentares] homens vieram”, argumentou, em entrevista coletiva em Taiwan.

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