Damasco Homens armados com granadas e metralhadoras atacaram ontem a Embaixada dos Estados Unidos em Damasco, capital da Síria, e tentaram detonar um carro-bomba, numa ação evitada pelas segurança do local, mas que deixou quatro mortos. Três dos agressores e um integrante das forças antiterroristas sírias foram mortos e 14 pessoas ficaram feridas, segundo fontes oficiais. Os diplomatas e os funcionários da embaixada não foram atingidos, com exceção de um guarda sírio que acabou ferido.
O atentado, que até a noite de ontem não foi reivindicado por nenhum grupo, aconteceu um dia depois do quinto aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. O ataque terrorista fracassou, afirmou o ministro do Interior sírio, Bassam Abdel Majid, diante da embaixada norte-americana no bairro de Abu Remmeneh.
Num momento em que as relações entre Washington e Damasco estão muito complicadas, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, expressou sua gratidão à Síria pela reação de suas forças de segurança ao ataque. "Ainda é cedo para dizer quem pode ter sido o responsável", frisou. Mas, em função do ataque, a Embaixada síria em Washington acusou os Estados Unidos de promoverem o extremismo, o terrorismo e um sentimento antiamericano no Oriente Médio.
"É lamentável que as políticas dos Estados Unidos no Oriente Médio promovam o extremismo, o terrorismo e o sentimento antiamericano. O que aconteceu recentemente no Líbano, os territórios palestinos e Iraque estão exacerbando a luta contra o terrorismo mundial", acrescenta o texto. "As forças antiterroristas encarregadas da segurança da embaixada entraram em confronto com os terroristas, matando três deles e ferindo o quarto", segundo a agência, para quem o ataque foi cometido "por um grupo terrorista takfiri", uma expressão que designa fundamentalistas islâmicos. As explosões e o tiroteio foram ouvidos em todo o bairro de Abu Remmeneh, que abriga diversas embaixadas e também escritórios da presidência síria.
Fuga
Testemunhas revelaram que dois dos terroristas tentaram fugir em um prédio vizinho, mas foram mortos pela polícia. De acordo com uma testemunha, um carro se dirigia para a embaixada quando foi "interceptado pelas forças de segurança".
A França, cuja embaixada em Damasco é muito perto da dos Estados Unidos, anunciou o reforço da segurança em seu edifício. As relações entre Estados Unidos e Síria são marcadas por fortes tensões. Em 2005, Washington impôs sanções econômicas contra Damasco, que acusa de apoiar a rebelião no Iraque e de abrigar movimentos radicais palestinos. Por essa razão, parece improvável que o ataque tenha partido da rede terrorista Al Qaeda, que na segunda-feira proferiu novas ameaças contra os Estados Unidos e seus aliados no Oriente Médio.