Durante entrevista coletiva de imprensa, o embaixador da Bolívia no Brasil, Mauricio Dofler, negou nesta quinta-feira(11) que os dois países tenham enfrentado anteriormente momentos de ameaça de corte no suprimento de gás natural em função de crises políticas. Segundo ele, a atual situação na Bolívia foi provocada por atos terroristas que não podem ser previstos por nenhum governo.
Durante os últimos 35 anos que a Bolívia é provedora de gás, sobretudo nesses dois últimos anos, não houve um único dia que a produção feita nos campos da Bolívia não tenha cumprido contrato com o Brasil. São atos excepcionais vinculados ao vandalismo, organizados e premeditados. Vamos fazer o necessário para continuar sendo um parceiro confiável."
Dofler lembrou que ontem (10) o governo boliviano entrou em contato com o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro, e com o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, transmitindo nossa posição respeito da situação na Bolívia e explicando quais medidas o governo está adotando para assegurar a estabilidade política interna, erradicar esses atos de terrorismo e adotar todas as medidas para que a ordem seja respeitada.
Ele reforçou que comunicado divulgado ontem (10) pelo governo brasileiro representa claro respaldo ao governo de Evo Morales e que a idéia é estabelecer um trabalho de intercâmbio de informação permanente entre autoridades brasileiras e bolivianas.
A empresa estatal de petróleo boliviana também está trabalhando com a Petrobras. Isso é muito importante, todos os detalhes técnicos que vão resultar das inspeções vão ser comunicados.
Em relação aos pontos de fronteira entre os dois países, o embaixador se limitou a dizer que a situação varia. Ele admitiu que a Bolívia lamentavelmente registrou a tomada de algumas instituições e que isso gera algumas dificuldades, mas reforçou que as Forças Armadas bolivianas e outras autoridades do país estão retomando o controle desses espaços.
O objetivo, segundo o embaixador, é não apenas para garantir o fluxo de gás, mas para manter o fluxo de comércio e de pessoas.
Questionado sobre a decisão de Evo Morales de expulsar o embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, Dofler avaliou que o presidente foi absolutamente claro e que uma série de elementos indicavam uma intromissão em assuntos internos por parte do embaixador. Ontem, Morales declarou que Goldberg é persona non grata e orientou o chanceler David Choquehuanca a expulsá-lo imediatamente do país.
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