O embaixador russo em Ancara, Andrey Karlov, morreu nesta segunda-feira (19) em uma ataque armado na inauguração de uma exposição de arte na capital turca, informou a imprensa local.
O suposto assassino do embaixador russo na Turquia é um policial, afirmou o prefeito de Ancara, Melih Gökçek. “O assassino é da polícia”, declarou Gökçek em sua conta no Twitter, uma afirmação também publicada pelo jornal pró-governo Yeni Safak, que identifica o atirador como um membro da polícia de choque.
5 coisas com que se preocupar após o assassinato do embaixador russo na Turquia
O ministério das Relações Exteriores russo descreveu o incidente como um “ato terrorista”.“Hoje, em Ancara, como resultado de um ataque, o embaixador russo na Turquia, Andrei Karlov, faleceu”, declarou a porta-voz do ministério, Maria Zakharova, em comentários televisionados, acrescentando que “qualificamos o que aconteceu como um ato terrorista”.
Karlov, que chegou a ser hospitalizado, ficou ferido junto a outras pessoas, afirmaram as cadeias NTV e CNN-Turk. O ataque aconteceu dias depois dos protestos na Turquia contra o papel da Rússia na Síria.
De acordo com informações da imprensa turca, o atirador foi morto numa troca de tiros com as forças especiais, cerca de 15 minutos após o início do ataque.
O ataque
Segundo a publicação britânica The Guardian, Karlov morreu durante um ataque armado a uma galeria de arte em Ancara, onde se encontrava para a abertura de uma exposição de arte contemporânea.
Durante o evento, um homem teria gritado “Allahu Akbar”, expressão em árabe que significa “Deus é Grande”, para, em seguida, disparar ao menos oito tiros. Após atingir o embaixador russo, o homem, que usava terno e gravada, gritou em turco:
“Não se esqueçam de Aleppo, não se esqueçam da Síria. A menos que nossas cidades estejam seguras, vocês não vão desfrutar de segurança. Somente a morte pode me levar daqui. Todo mundo que estiver envolvido com este sofrimento terá um preço a pagar”.
Por fim, gritou em árabe “nós fomos os únicos que prometeram fidelidade a Maomé, para começar a jihad”, referindo-se à guerra santa muçulmana, que busca derrotar os “inimigos do Islã”.
Identificação
O assassino do embaixador foi identificado como Mevlut Mert Altintas, um policial de 22 anos que entrou para a polícia turca em 2014, quando frequentou a academia policial de Ancara. Altintas, inclusive, entrou na galeria com sua identificação de policial.
Biografia
Com 62 anos, Karlov havia começado a carreira diplomática em 1976, quando foi embaixador em Pyongyang, na Coreia do Sul. Já entre 2001 e 2006, foi chefe do departamento consular do ministério das Relações Exteriores da Rússia. Estava na Turquia desde 2013.
Líderes mundiais repercutem ataque na rede social
Políticos utilizaram as redes sociais, em especial o Twitter, para rechaçar o ataque sofrido por Andrey Karlov nesta segunda-feira.
US condemns assassination of Russian Amb to Turkey. Thoughts are w/his loved ones, Russian people, & other victims of this despicable act.
— John Kerry (@JohnKerry) December 19, 2016
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, escreveu que “os Estados Unidos condenam o assassinato do embaixador russo na Turquia. Nossos pensamentos estão com seus familiares, com o povo russo e com as outras vítimas deste ato terrível.
Je condamne avec force lâassassinat de lâAmbassadeur de Russie à Ankara.
— François Hollande (@fhollande) December 19, 2016
François Hollande, presidente da França que precisou lidar com diversos ataques terroristas durante o seu mandato, disse que “condeno fortemente o assassinato do embaixador russo em Ancara”.
Colaborou: Mariana Balan.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Deixe sua opinião