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Embaixador do Irã diz que país conta com apoio do Brasil sobre urânio enriquecido

O embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, afirmou nesta segunda-feira (8) que o governo iraniano confia na posição brasileira sobre o anúncio do presidente Mahmoud Ahmadinejad de que o país irá enriquecer urânio em 20%. A medida gerou reações contrárias a Teerã pelo mundo.

"Nós confiamos no Brasil. Acreditamos que as autoridades brasileiras têm conhecimento da situação e posição iraniana. O Brasil, pelo contrário de outros países que tiveram fortes reações, não é um país que pensa em colonizar outro país", disse o embaixador em entrevista coletiva, em Brasília.

No dia 23 de novembro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Brasil o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, em uma visita polêmica que foi acompanhada com atenção pela comunidade internacional. Em seu discurso, ao lado de Ahmadinejad, Lula disse reconhecer o direito iraniano de executar seu plano nuclear para fins pacíficos e afirmou que o "Brasil sonha com um Oriente Médio" livre de armas do gênero.

"Reconhecemos o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos e com respeito aos acordos internacionais e esse é o caminho que o Brasil vem trilhando. Não proliferação e desarmamento nuclear devem andar juntos. O Brasil sonha com um Oriente Médio livre de armas nucleares, como ocorre na América Latina", disse Lula.

Tecnologias para fins pacíficos

Shaterzadeh acrescentou que assim como o Brasil, que é um país em grande estágio de desenvolvimento, o Irã busca tecnologias para fins pacíficos. "Os países como Brasil e Irã não querem usar energia nuclear para produzir armas. A energia nuclear no Irã como o Brasil é para a área de medicina, agricultura. Esse é o direito de aproveitar da tecnologia para o bem estar da população", explicou.

O embaixador não poupou as grandes potências, que, segundo ele, são países que criticam constantemente qualquer medida do Irã. "Os que tiveram grande reação têm fortes armamentos nucleares. Se eles falassem a verdade, primeiro eles destruiriam o armamento nuclear deles e depois dariam conselhos", desafiou.

Urânio enriquecido

Apesar de confirmar que o trabalho de enriquecimento do urânio começará na terça-feira (9), o embaixador garantiu que o país continua disposto a comprar urânio enriquecido de outros países, conforme acordos recentes.

"O Irã esperou, provou que esses países ocidentais estão mentindo, não foram sinceros. Portanto, o Irã mesmo começando a produzir urânio enriquecido em 20% também está disposto a comprar, não desrespeitou nenhuma regulamentação internacional. Esse trabalho respeita a agencia internacional de energia atômica", enfatizou o embaixador.

Segundo ele, em breve o mundo saberá do resultado do enriquecimento. "O Irã conforme leis internacionais está fazendo o que é direito dele."

Data Nacional do Irã

A entrevista coletiva foi convocada pelo embaixador para falar sobre as comemorações da data nacional do Irã. No próximo dia 11, o Irã vai comemorar o aniversário de 31 anos da revolução islâmica. Mohsen Shaterzadeh ressaltou o papel estratégico de Brasil e Irã no mundo globalizado.

"Podemos prever desde já que o futuro se passa nos países independentes, que estão indo nesse caminho. O futuro está baseado na energia. Irã e Brasil são dois países com grandes recursos naturais e, desde já, e até futuro terão grande papel internacional", destacou. "Podemos prever desde já que o futuro se passa nos países independentes, que estão indo nesse caminho. O futuro está baseado na energia."

De acordo com o embaixador, o número de estudantes iranianos passou nos últimos anos de 100 mil para 3,6 milhões, sendo que 65% dos universitários são mulheres. Segundo ele, a idade média dos cientistas iranianos é de 28 anos. "Isso demonstra que o Irã de hoje está nas mãos dos filhos desse país, que o estão construindo para o futuro", disse.

Defesa

O embaixador afirmou que 95% dos produtos usados na indústria de defesa do Irã são produzidos no próprio país, que, segundo ele, é atualmente a 16ª economia do mundo.

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