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Dezenas de milhares de iemenitas rezam diante dos corpos de ativistas | Ahmad Gharabli/AFP
Dezenas de milhares de iemenitas rezam diante dos corpos de ativistas| Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O embaixador do Iêmen na Organização das Nações Unidas (ONU), Abdalá al Saidi, apresentou ontem sua renúncia em protesto contra a violência durante as manifestações contra o presidente Ali Abdullah Saleh.

Na última sexta-feira, 45 pessoas morreram e 270 ficaram feridas por disparos de desconhecidos contra um protesto nas proximidades da Universidade de Sanaa, no incidente mais grave desde o início dos protestos contra o governo, em 27 de janeiro. Saidi enviou sua carta de renúncia ao presidente Saleh.

Ontem, dezenas de milhares de pessoas se uniram em uma procissão pelo funeral das vítimas da violência. Eles gritaram frases como "Não há outro Deus além de Alá, o mártir é o querido Alá" e "Fora, fora, assassino", em referência a Saleh.

Os manifestantes, entre os quais estavam cerca de 5 mil mulheres, levavam imagens dos mortos, que também enfeitavam os caixões das vítimas. Eles levaram os caixões por um quilômetro, até o Cemitério dos Mártires da Mudança.

A oposição iemenita realiza protestos há semanas em Sanaa e em outras cidades para pedir o fim do regime de Saleh, no poder desde a unificação do país, em 1990.

Com a intensificação da violência, Saleh decretou na sexta-feira estado de emergência. Saleh lamentou as mortes, mas negou que as forças de segurança iemenitas tenham sido responsáveis. Ele atribuiu a ação a pessoas armadas que estavam no meio dos manifestantes.

Os protestos no Iêmen, o país mais pobre da Península Arábica, surgiram na onda de revoltas do mundo árabe, após revoluções que derrubaram os ditadores do Egito e da Tunísia.

Os Estados Unidos, que há muito apoiam o governo Saleh para combater o braço da Al Qaeda na região, condenaram o derramamento de sangue e apoiaram o direito de manifestação pacífica, mas insistiram que só o diálogo pode acabar com a crise política.

Saleh prometeu sair do governo em 2013 e ofereceu uma nova Constituição que dá mais poderes ao Parlamento, mas recusou a principal demanda dos manifestantes: renunciar imediatamente.

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