Bagdá - O embaixador dos Estados Unidos em Bagdá, Ryan Crocker, advertiu o presidente recém-empossado, Barack Obama, sobre a retirada precipitada de tropas no Iraque. Segundo Crocker, a investida poderia provocar um ressurgimento da rede terrorista Al-Qaeda, e um "encorajamento dos (países) vizinhos em influenciar em possíveis acontecimentos no Iraque".
O embaixador, que está se aposentando após 30 anos de carreira diplomática, conversou também com o general responsável pelas tropas norte-americanas no Iraque, Ray Odierno. Crocker se recusou a dar detalhes sobre a conversa com Obama, mas afirmou que estuda a possibilidade de enviar ao menos 140 mil soldados.
De acordo com Ryan, a rede Al-Qaeda perdeu força nos últimos anos e o suporte da comunidade árabe. Segundo o acordo estabelecido entre os dois países, os Estados Unidos deverão retirar as tropas do país até dezembro de 2011.
"Nós estamos preparados para as piores possibilidades", disse o ministro da Defesa do Iraque, Abdul Qader al Obeidi. "Nós não podemos deixar o nosso país sem saber se essas forças (militares) irão sair ou não. Nós temos planos para as piores possibilidades e queremos dizer isso", disse o iraquiano.
O presidente da comissão parlamentar de Defesa do Iraque, Abbas al Bayati, disse na última quarta-feira que o Iraque tem elaborado planos de contingência caso Obama dê uma ordem expressa de retirada. Durante a campanha, o presidente prometeu retirar os soldados do país em até 16 meses após a posse.
Embora Crocker tenha alertado sobre a retirada precipitada, o embaixador afirmou "não ter claro qual seria a direção da tendência".