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O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, recebe as credenciais de Lula no Palácio do Planalto, após ser nomeado por Maduro para o cargo, em maio do ano passado
O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, recebe as credenciais de Lula no Palácio do Planalto, após ser nomeado por Maduro para o cargo, em maio do ano passado| Foto: EFE/André Borges/Arquivo

Com uma curta mensagem no X, a ditadura da Venezuela anunciou na noite de quarta-feira (13) que seu embaixador no Brasil, Manuel Vadell, retornará a Brasília, duas semanas depois dele ter sido convocado a Caracas pelo regime de Nicolás Maduro, um ato de protesto no mundo da diplomacia.

“Boas notícias! O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, retorna a Brasília com passaportes de venezuelanos que concluíram seu processamento entre 24 de agosto e 1º de novembro de 2024 na Embaixada da Venezuela no Brasil”, informou a própria representação diplomática na sua conta no X.

A postagem foi acompanhada por um vídeo de Vadell, com instruções sobre a retirada do documento.

No dia 30 de outubro, a ditadura da Venezuela anunciou a convocação do encarregado de negócios do Brasil no país caribenho e chamou Vadell a Caracas para consultas, com o objetivo de manifestar “repúdio”.

Na nota em que anunciou a decisão, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou o assessor especial do Brasil na área de relações exteriores, Celso Amorim, de interferência em assuntos internos do país.

Dias antes, Maduro havia acusado o Itamaraty de estar ligado ao Departamento de Estado americano e disse que o ministério brasileiro “sempre conspirou contra a Venezuela”.

A desavença entre os dois países começou após o veto do Brasil à entrada venezuelana como país-parceiro nos Brics, na cúpula do bloco realizada na Rússia em outubro.

O Brasil cobra a divulgação das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho, que o chavismo fraudou para manter Maduro no poder.

Em 31 de outubro, a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) postou no Instagram uma mensagem que mostrava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o rosto escurecido e a bandeira do Brasil ao fundo, com a mensagem “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”.

Após o Itamaraty divulgar nota no dia seguinte, condenando o “tom ofensivo” e os “ataques pessoais e escaladas retóricas” da Venezuela, a postagem da PNB foi apagada.

Por fim, em 2 de novembro, a ditadura da Venezuela divulgou nota na qual acusou novamente o Brasil de se intrometer em assuntos do país e apontou que Brasília tenta se “passar por vítimas numa situação em que claramente agiram como vitimizadores”.

A volta do embaixador e a diminuição da temperatura na crise diplomática ocorrem depois de Lula ter dito no início desta semana numa entrevista que “Maduro é um problema da Venezuela, não um problema do Brasil”, minimizando as recentes trocas de farpas entre Brasília e Caracas.

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