Pessoas fazem compras em uma mercearia de Caracas, Venezuela, em 16 de maio de 2022.| Foto: EFE/ Ronald Peña
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A ONG venezuelana Um Mundo Sem Mordaça afirmou nesta quinta-feira (02) que, apesar da "ligeira" melhora econômica, a "emergência humanitária sofrida pelo país desde 2017 continua". De acordo com a organização, em 2021, a pandemia da Covid-19 teve um impacto no "aumento das carências e necessidades preexistentes da população".

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Na apresentação do relatório "Venezuela em números", o advogado Diego Ponce de León, membro da equipe jurídica da ONG, afirmou que "a complexa emergência humanitária continua na Venezuela", bem como as "violações sistemáticas, generalizadas e contínuas dos direitos humanos", principalmente "à vida, subsistência, direitos civis, políticos e migratórios".

Ele também ressaltou que no ano passado, 85% dos centros hospitalares não tinham material de limpeza, equipamento de biossegurança para proteger doentes, médicos e profissionais da saúde contra a Covid-19, ou um fornecimento de água potável.

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Sobre os serviços, o conselheiro de Caracas e membro do Observatório Social Humanitário Ángel Subero Vásquez disse que durante o ano de 2021, houve falta de acesso contínuo à água, aumento da má distribuição de gasolina, conexão ruim à internet devido a "infraestruturas inadequadas", mais de 200 mil falhas elétricas e pouco acesso ao gás doméstico.

Também indicou que, até agora em 2022, 82% da população comunicou quedas de energia, 89% tem algum problema com a qualidade e abastecimento de água e 93% afirma que tem algum problema de abastecimento de combustível.

A ONG destacou que as falhas nos serviços de eletricidade e internet foram os principais fatores que complicaram a educação virtual, implementada pela pandemia.

Ele explicou que seis em cada dez pessoas não possuem telefone celular e, além disso, a conexão com a internet de 83% dos professores e alunos estava entre regular e ruim.

Por outro lado, a economista Litsay Guerrero assegurou que, apesar da queda dos preços em 2021, o “problema da inflação não foi resolvido”.

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"A expectativa é de que, em 2022, a inflação continue alta. Algumas estimativas a colocam por volta de 200% e outras organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), dizem que podemos fechar com um índice em torno de 500%", disse.

Ela acrescentou que a desigualdade no país "continua" e que muitas pessoas não têm acesso aos benefícios que têm trazido o crescimento econômico registrado desde 2021.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]