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Saúde

Emergência ligada ao Ebola é de alcance mundial, diz OMS

Enfermeiras liberianas com roupas especiais transportam vítima do Ebola em região próxima de Monróvia, capital da Libéria | Ahmed Jallanzo/Efe
Enfermeiras liberianas com roupas especiais transportam vítima do Ebola em região próxima de Monróvia, capital da Libéria (Foto: Ahmed Jallanzo/Efe)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou ontem uma emergência de saúde pública de alcance mundial e convocou a comunidade internacional a se mobilizar contra a epidemia de Ebola no oeste da África.

O comitê de urgência da OMS, que se reuniu na quarta e na quinta-feira em Genebra, "considera de forma unânime que estão dadas as condições" para declarar "uma emergência de saúde pública de alcance mundial", declarou a diretora-geral da organização, Margaret Chan.

Diante de uma situação que se agrava, "uma resposta internacional coordenada é essencial para conter e fazer retroceder a propagação internacional do Ebola", acrescentou o comitê.

A Nigéria se juntou ontem aos países em estado de emergência. Duas pessoas morreram até o momento no país em decorrência da doença.

"O controle do vírus Ebola na Nigéria é uma emergência nacional", declarou em um comunicado o presidente nigeriano Goodluck Jonathan. O governo nigeriano também aprovou um plano de intervenção especial e o desbloqueio imediato de 1,9 bilhão de nairas (11,67 milhões de dólares) para combater a doença na Nigéria, país mais populoso da África.

A epidemia de Ebola, que já deixou desde o início do ano quase 1 mil mortos entre os mais de 1,7 mil supostos casos detectados, é a "maior e mais severa" em quatro décadas, ressaltou Chan.

A OMS não decretou quarentena nos países afetados — Guiné, Libéria, Serra Leoa e, em menor medida, Nigéria — para não agravar a situação econômica, mas pediu fortes medidas de controle.

Esse dispositivo de emergência é o terceiro da OMS depois do decretado em 2009 pela epidemia de gripe aviária na Ásia, e em maio pelo desenvolvimento da poliomielite no Oriente Médio.

Keiji Fukuda, vice-diretor-geral da OMS encarregado da epidemia, explicou que os atingidos precisam ficar 30 dias em quarentena. A incubação do vírus é de 21 dias.

As pessoas que estão em contato com os doentes — à exceção das equipes médicas, que têm uma roupa de proteção — não devem viajar, indicou Fukuda, pedindo também que a tripulação dos voos comerciais receba informações e material médico para se protegerem e protegerem os passageiros.

Recomendação

Viajantes devem fazer check-up ao voltar da área afetada pelo vírus Ebola

O comitê da OMS recomenda que todos os viajantes procedentes dos países afetados façam um check-up nos aeroportos, portos e nos principais postos fronteiriços.

A Grécia está submetendo a exames um cidadão grego que trabalhou recentemente na Nigéria.

Já os resultados da análise feita em um passageiro isolado pelas autoridades de Uganda no aeroporto de Entebbe, com supostos sintomas do Ebola, deram negativo.

Dois países em estado de emergência, Libéria e Serra Leoa, colocaram em quarentena três cidades na zona contaminada.

A Europa recebeu na quinta-feira um primeiro doente com Ebola repatriado, um missionário espanhol de 75 anos contaminado na Libéria, dias depois da repatriação aos EUA de dois pacientes americanos.

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