Genebra Em uma resposta à pressão dos países ricos para que as economias emergentes abram seus mercados, um grupo de 90 governos de países em desenvolvimento liderados pelo Brasil e pela Índia apresentou ontem à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma nova posição resistindo a cortes de tarifas profundos no setor industrial. O emergentes pedem que a prioridade seja dada à agricultura e, ainda, à inclusão do etanol nas negociações.
Na prática, a resistência, tanto dos países emergentes como das economias ricas, coloca em xeque a própria rodada a partir de agora. A proposta, com amplo peso político, foi recebida em Washington e Bruxelas como um sinal de que a Rodada Doha pode fracassar.
"Há uma séria questão se de fato esses países (emergentes) querem negociar", atacou Peter Allgeier, embaixador dos Estados Unidos na OMC. "Os países emergentes esperam que tomemos iniciativas. Mas não querem fazer o mesmo. Isso não é justo", disse.
Para o Brasil, a proposta não faz nada além do que recolocar as prioridades dos países emergentes no centro do debate. Nos últimos dias, a Casa Branca vinha pressionando para que Brasil, África do Sul e Índia utilizassem sua cúpula na semana que vem para fazer concessões na área industrial. A resposta veio ontem e foi em direção oposta.
Pelo novo documento, o grupo de emergentes, africanos, caribenhos e outros governos alerta que a preocupação com o desenvolvimento dos países mais pobres deve ser o objetivo das negociações, o que não estaria ocorrendo. Por isso, um corte de tarifas industriais não poderia passar de 50%, e não 66% como querem os países ricos.
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