O funeral do papa emérito Bento XVI foi realizado nesta quinta-feira (5) na Praça de São Pedro, no Vaticano, diante de cerca de 50 mil pessoas. Bento XVI, que havia renunciado ao pontificado em 2013, foi sepultado no túmulo que pertenceu ao papa João Paulo II.
Em uma circunstância sem precedentes na história da Igreja Católica, o papa Francisco presidiu o funeral de seu antecessor, que morreu no último sábado, aos 95 anos.
O funeral de Bento XVI, assistido por 130 cardeais, 400 bispos e mais 4 mil sacerdotes, foi muito semelhante aos dos pontífices anteriores, embora com algumas diferenças, já que ele não era o papa em exercício, como o fato de o Vaticano não ter declarado um dia de luto.
O caixão com os restos mortais foi carregado desde o interior da Basílica de São Pedro - onde nos últimos três dias foi realizado o velório aberto ao público - sobre os ombros de 12 “sediários”, os portadores das antigas Sedes Gestatórias, até o átrio da Praça de São Pedro, envolta por uma densa névoa.
Aplausos estrondosos saudaram a chegada do caixão, que foi colocado em frente ao altar enquanto os sinos tocavam. O secretário pessoal de Bento XVI, dom Georg Ganswein, colocou um livro aberto dos Evangelhos sobre ele, e em seguida começou a recitação do rosário que precede a cerimônia.
O papa Francisco destacou a “sabedoria, delicadeza e dedicação” que Bento XVI “soube difundir ao longo dos anos”. Ele leu a homilia sentado, devido a problemas de joelho, e ela começou com as últimas palavras que o Jesus Cristo pronunciou na cruz, segundo o Evangelho: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”.
Após o funeral, os restos mortais foram transferidos para a Gruta do Vaticano, localizada sob a Basílica de São Pedro, onde os papas são sepultados, para ficarem no túmulo que pertenceu a São João Paulo II, a pedido do próprio Joseph Ratzinger - nome de batismo de Bento XVI.
Antes de entrar na Basílica, Francisco ficou de pé por alguns minutos e colocou sua mão em frente ao caixão.
Cerca de 50 mil pessoas compareceram ao funeral, um número bem abaixo das estimativas iniciais, de acordo com dados fornecidos pela gendarmaria do Vaticano, pois a sede da polícia da capital italiana havia previsto o dobro do número de participantes, depois que cerca de 200 mil visitaram a Basílica nos três dias de velório.
Alguns dos fiéis ergueram uma grande faixa com a inscrição “Santo Subito” (Santo Agora), um pedido que também ressoou durante o funeral de João Paulo II, em 2005.
De acordo com o plano de segurança aprovado pela polícia da capital italiana, o espaço aéreo da região próxima do Vaticano foi fechado, e franco-atiradores, forças especiais, incluindo as antiterroristas, bombeiros e a polícia municipal foram destacados.
O funeral não teve o caráter de Estado, portanto, as autoridades participaram a título pessoal, e apenas duas delegações tinham status oficial, as de Itália e Alemanha, esta última o país de origem de Ratzinger, lideradas por seus presidentes, Sergio Mattarella e Frank-Walter Steinmeier, respectivamente.
Entre as personalidades de 20 países presentes, estavam a rainha emérita da Espanha, Sofia, os monarcas Philippe e Mathilde da Bélgica, e o presidente da Polônia, Andrzej Duda.
O Patriarcado Ortodoxo Russo também foi representado, com o metropolita Antonij di Volokolamsk, assim como a comunidade judaica de Roma e a Comunidade Religiosa Islâmica Italiana (COREIS), com seu vice-presidente Yahya Pallavicini.
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