A primeira-ministra interina da Tailândia, Yingluck Shinawatra, defendeu-se nesta terça-feira (10) visivelmente emocionada dos ataques de seus opositores e afirmou que seguirá no cargo de forma interina até as eleições de 2 de fevereiro de 2014.
Na segunda-feira (9), o Executivo decidiu dissolver o Parlamento diante das manifestações antigovernamentais que já duram mais de dois meses, informou a imprensa local.
"Todos somos tailandeses, por que temos que prejudicar uns aos outros? Já retrocedi até aqui e não sei para onde retroceder mais. Querem que não volte a pisar em solo tailandês?", perguntou-se Yingluck nas instalações militares onde reuniu seu gabinete.
O Comitê Popular de Reforma Democrática (PDRC, por sua sigla em inglês), organizador dos protestos antigovernamentais, voltou a pedir a saída da primeira-ministra e deu um ultimato de 24 horas à governante, caso contrário intensificará as mobilizações.
"Se ceder, os protestos podem terminar. Se não, o PDRC decidirá que passo adotar", afirmou o porta-voz do grupo, Akanat Promphan.
Os Estados Unidos, por meio de seu Departamento de Estado, pediram que governo e opositores resolvam suas diferenças de forma pacífica após a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições para frear os protestos.
Pelo menos 150.000 pessoas marcharam ontem de vários pontos de Bangcoc até a sede do governo para exigir uma mudança no modelo democrático do país e a saída da primeira-ministra para dar lugar ao PDRC.
O líder dos protestos, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, defendeu em discurso a "vitória do povo frente ao regime de Thaksin", em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 em um golpe militar.
Suthep acusa a chefe do governo de ser um fantoche de seu irmão mais velho, Thaksin, que segundo os opositores controla o governo de seu exílio em Dubai, onde vive exilado para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção.
Pelo menos 5 pessoas morreram e uma centena ficou ferida nos protestos, que começaram em outubro e se tornaram violentos com distúrbios de rua e enfrentamentos com a polícia no final de novembro.
Os manifestantes exigem que um "conselho popular" não eleito assuma o poder e realize reformas no Estado para evitar a corrupção do "regime de Thaksin", solução que o governo considera antidemocrática.
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