Passageiros aguardam embarque no aeroporto de Madri: muitos não devem viajar antes do Natal| Foto: Pedro Armestre/AFP

A falência da companhia aérea Air Comet, decretada na terça-feira pela Justiça espanhola, deixou sem transporte 1,5 mil brasileiros que haviam comprado passagens da empresa, de acordo com informações divulgadas pela BBC Brasil.

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O aeroporto de Barajas em Madri vive uma situação de caos. Todos os 13 aviões da Air Comet, que fazem 14 rotas regulares, foram proibidos de levantar voo.

A maioria dos destinos é a América Latina. Os voos semanais para Natal e Fortaleza estão na lista dos cancelados, com mais de 1,5 mil brasileiros prejudicados, segundo as estimativas da Federação Espanhola de Associações de Agências de Viagens, que contabiliza a emissão de passagens.

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Os brasileiros no aeroporto não acreditam que vão conseguir viajar antes do Natal. Para amenizar o problema, o Mi­­nistério do Desenvolvimento espanhol anunciou o fretamento de quatro aviões e a realocação dos passageiros da Air Comet em voos de outras companhias.

O governo, no entanto, avisou que não haverá vaga para todos os 7 mil passageiros por causa da grande demanda de fim do ano. A ideia é transportar 90% dos afetados até sábado, com preferência aos que têm bilhetes de retorno.

A licença de funcionamento da empresa foi suspensa após a execução de uma dívida pela justiça britânica. A Air Comet deve US$ 24 milhões ao banco alemão HSH Nordbank, o que resultou no confisco de nove aeronaves.

O governo espanhol decidiu alugar quatro aviões para transportar os passageiros. Os dois primeiros aviões deixaram ontem à noite a cidade de Madri. Os voos têm como destino final Buenos Aires e Lima.

As autoridades espanholas não forneceram informação sobre o embarque de brasileiros ontem à noite e não fizeram previsões para hoje.

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O governo espanhol calcula que terá de gastar 6,3 milhões de euros para ressarcir os quase 7 mil passageiros afetados pelo colapso da companhia aérea.

Segundo o Ministério do Fomento, a dívida total da empresa supera os R$ 100 milhões, incluindo os salários atrasados de 640 funcionários que não recebem há seis meses.

O governo disse que retirou a licença de operações porque a companhia não tinha viabilidade nem para garantir o combustível dos aviões.