![Empresa paranaense exporta casas que serão usadas por refugiados na Alemanha Gilmar Lima, diretor da MVC, em frente a parte de casa pré-fabricada: construção precisou de adaptações para frio europeu | Daniel Castellano/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/11/refugiados-casa05-daniel-castellano-kyqf-u102021325981cee-1024x683-1.0.2227672221-gpLarge.jpg)
A empresa paranaense MVC Plásticos, com sede em São José dos Pinhais, começou nesta semana a exportar casas pré-fabricadas que serão usadas para abrigar refugiados na Alemanha. Até o final do mês, o primeiro imóvel, de dois quartos e com cerca de 60 metros quadrados, já deve estar montado na cidade de Bremen, no noroeste do país.
Até agora, 40 casas foram encomendadas por um consórcio -- formado por três empresas alemãs -- que já conhecia o trabalho da indústria brasileira e, viu na situação dos refugiados, uma oportunidade de importar e revender o produto para empresas interessadas em doar moradias ou para os governos locais – um negócio renderá à empresa brasileira uma receita de R$ 65 milhões neste ano.
O preço competitivo do produto e o real desvalorizado ajudaram a empresa paranaense a vencer a concorrência da China e da Turquia. Atualmente, cada kit pré-fabricado custa US$ 13,8 mil (cerca de R$ 52 mil).
Fluxo de imigrantes e refugiados para Europa bate recorde mensal em outubro
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O número de imigrantes e refugiados que entraram na Europa por mar no mês passado foi praticamente o mesmo que em todo o ano de 2014, disse a agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (Acnur) nesta segunda-feira.
Leia a matéria completaDe acordo com o diretor-geral da MVC, Gilmar Lima, a empresa já desenvolve este tipo de casa pré-fabricada há 12 anos e já exportou para países da África, para a Índia, México e para o Caribe. Porém, com as baixas temperaturas do inverno Europeu, o projeto teve que ser modificado e aprimorado em três meses. “O produto que tínhamos suportava uma temperatura de até cinco graus negativos. Tivemos que mexer na estrutura, para que o telhado aguentasse o peso da neve, por exemplo”, explicou.
A necessidade a urgência da situação em que se encontram os refugiados no país fez com que o processo fosse mais rápido e que as casas fossem adequadas às normas alemãs de construção civil, afirmou Lima.
A montagem da primeira casa servirá como teste e, a partir do momento em que a construção for aprovada pelas autoridades alemãs, a produção continuará no Brasil. A indústria deve levar cerca de cinco casas semanalmente à Alemanha de avião -- uma quantidade poderá aumentar gradativamente, de acordo com a demanda.
Construção rápida
As paredes das casas podem ser levantadas em apenas três dias e a instalação total do imóvel em até dez. A estrutura é feita com chapas de compósitos e fibra de vidro – material similar ao das casas-trailer, comuns nos Estados Unidos.
Do Brasil saem as peças chave – como as paredes e as estruturas elétrica e hidráulica – que são produzidas de forma totalmente industrializada. Na Alemanha é feito o trabalho de fundação com mão-de-obra local, que será treinada por uma equipe de técnicos brasileiros. Indústrias alemãs também fornecerão outros materiais, como portas e janelas. Quando finalizada, o preço deve chegar a US$ 25 mil (cerca de R$ 91 mil).
Ainda de acordo com o diretor, as casas são resistentes ao fogo, têm alta durabilidade e baixo custo de manutenção. “Há uma quantidade enorme de refugiados dormindo em tendas e barracas provisórias e, com a chegada das casas, terão a oportunidade de ter uma nova moradia fixa, confortável e com preço bastante competitivo”, explicou.
Saindo da crise
Para Lima, a produção deverá alcançar até 1.200 casas em 2016, porém, com a grande quantidade de refugiados em toda a Europa, o número pode ser ainda maior. “As empresas querem levar o modelo de casa e montagem para outros países que tem recebido refugiados, o que pode representar um grande salto na produção”, explica.
A empresa, que atuava no Brasil na produção e construção de creches, a exportação do produto representou um alívio. “A crise do país e o corte de orçamento do governo federal fez com que a produção caísse. Agora, estamos conseguindo estabilidade”, afirmou.
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