O jovem empresário Daniel Noboa, de 35 anos, foi o vencedor das eleições presidenciais extraordinárias realizadas neste domingo (15) no Equador, depois de derrotar no segundo turno Luisa González, candidata aliada do ex-presidente Rafael Correa.
Quando 90,23% dos votos haviam sido apurados, Noboa liderava com 52,29%, contra 47,71% de González, uma vantagem de 4,58 pontos percentuais que a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, declarou "irreversível".
Essas porcentagens significam que o candidato obteve 4.855.586 votos contra os 4.429.850 votos da correísta.
Aos 35 anos, Noboa, que concorreu pela aliança Ação Democrática Nacional (ADN), tornou-se o presidente eleito mais jovem da história do Equador. Já González, da Revolução Cidadã, tentava ser a primeira mulher a vencer uma eleição presidencial no país.
Cerca de 82% dos mais de 13,4 milhões de equatorianos que estavam habilitados a ir às urnas neste domingo o fizeram, em uma jornada de votação que transcorreu normalmente e sem incidentes graves, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Noboa, empresário e ex-deputado, herdeiro de uma das famílias mais ricas do Equador, chega à cadeira presidencial à qual seu pai, o magnata do setor bananeiro Álvaro Noboa, que concorreu à presidência cinco vezes durante sua carreira política, não conseguiu se sentar.
Ele assumirá a presidência do Equador por um período mais curto, de 2023 a 2025, completando o mandato do atual presidente Guillermo Lasso, que optou por deixar o cargo antecipadamente aplicando a chamada "morte cruzada" em maio.
Com esse mecanismo constitucional, Lasso forçou o processo eleitoral extraordinário ao dissolver a Assembleia Nacional (Parlamento) quando ela, controlada por uma oposição liderada por aliados de Rafael Correa - como González -, estava prestes a votar uma moção para destituir o governante, acusado de suposto desvio de dinheiro, o que ele rejeita.
Noboa venceu as eleições com uma proposta focada na juventude e na criação de empregos e oportunidades, mas também no enfrentamento da crise de segurança no Equador ligada ao crime organizado.
O país vive seu pior período de violência, com aumento de 5,8 para 25,62 homicídios por 100 mil habitantes nos últimos cinco anos até o fim de 2022, o que representa a maior taxa desde que os registros começaram. Isso se deve ao aumento da atuação de máfias principalmente dedicadas ao tráfico de drogas, já que o Equador se tornou um centro para o tráfico global de cocaína.
Essas eleições foram as mais violentas da história do país, sendo o episódio mais grave o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros do lado de fora de um comício eleitoral em Quito 11 dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.
O novo presidente também terá entre seus desafios o déficit econômico, que está crescendo diante da redução das receitas neste ano devido à queda nos preços do petróleo, um dos principais pilares da economia equatoriana, que também pode ser atingido pelo fenômeno climático El Niño previsto para o final do ano.
Outro desafio será conseguir a governabilidade que Lasso não conseguiu, pois Noboa terá de lidar com uma Assembleia Nacional em que o correísmo será novamente a principal força, embora não tenha maioria absoluta. (Com agência EFE)
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