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Crise no Paraguai

Empresário envolvido na crise paraguaia de Itaipu visitou Planalto em fevereiro

Itaipu Binacional
Itaipu Binacional (Foto: Itaipu/Divulgação )

O empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), esteve no Palácio do Planalto no dia 27 de fevereiro, segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A visita ocorreu um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter ido a Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, para dar posse ao diretor brasileiro da hidrelétrica de Itaipu, o general Joaquim Silva e Luna - o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também participou da cerimônia.

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Ao jornal O Estado de S. Paulo, Giordano disse que foi se encontrar com o então chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Floriano Amorim, na condição de empresário. Segundo ele, a visita foi a única vez que esteve no Planalto. "Fui lá para conhecer o chefe da Secom, sempre na minha carreira solo como empresário. Não tem nada, absolutamente nada a ver com Itaipu", afirmou o empresário.

De acordo com Giordano, Bolsonaro não estava no palácio no momento da visita. A agenda do presidente não registra eventos na manhã do dia 27 de fevereiro. A Secom foi procurada mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

Segundo resposta do GSI a um pedido de informações feito pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Giordano esteve no Palácio às 8h59 do dia 27 de fevereiro. A resposta não especifica com quem o empresário foi se encontrar nem em quais salas esteve. O documento foi revelado na terça-feira pela revista Carta Capital.

Um dia antes, Bolsonaro esteve com Abdo Benítez em Foz do Iguaçu. A revelação dos termos do acordo firmado - e depois cancelado - entre os dois países, que permitiria a venda de energia paraguaia por empresas privadas no Brasil, provocou uma crise política no país vizinho e chegou a ameaçar o mandato de Abdo.

Negociação

O suplente de senador participou das negociações sobre a comercialização no Brasil da energia excedente de Itaipu pertencente ao Paraguai. Ele foi duas vezes ao país vizinho em aviões particulares ao lado de representantes da empresa Léros, que é alvo de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso paraguaio que apura um suposto privilégio à empresa brasileira na comercialização da energia paraguaia.

Em mensagens entregues ao Ministério Público do Paraguai, o advogado José "Joselo" Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico da vice-presidência do Paraguai, dizia que a Léros representava o "governo brasileiro".

Giordano, que possui empresas interessadas no comércio de energia, chegou a sublocar uma sala para o diretório estadual do PSL, cujo presidente é o deputado Eduardo Bolsonaro. O empresário brasileiro também chegou a se reunir com dirigentes da Administração Nacional de Energía (Ande, a estatal paraguaia) duas vezes para negociar a comercialização do excedente de Itaipu, mas desistiu do negócio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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