O empresário russo Pavel Antov, proprietário de uma grande indústria de salsichas, foi encontrado morto em um hotel na Índia, meses depois de postar uma mensagem no WhatsApp criticando a guerra deflagrada pelo presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia.
Ele negou posteriormente ter feito críticas ao Kremlin e disse que o episódio foi um “mal-entendido”. Antov também era parlamentar na Duma, a câmara baixa do Legislativo russo.
A imprensa russa informou que Antov, de 65 anos, caiu de uma janela de um hotel na cidade de Rayagada no domingo (25). Um amigo dele, o também russo Vladimir Budanov, havia morrido no mesmo hotel dois dias antes de um aparente derrame, segundo fontes policiais indianas ouvidas pela mídia da Rússia, que acrescentaram que o falecimento dele teria deixado Antov “deprimido”.
Em junho, uma mensagem que apareceu no WhatsApp de Antov criticava um ataque a um prédio residencial em Kyiv: “É extremamente difícil chamar isso tudo de outra coisa que não terrorismo”. Em seguida, a mensagem foi apagada.
O empresário alegou que apoiava Putin e a guerra e disse ser um “patriota”, e que a mensagem que apareceu no seu WhatsApp seria de outra pessoa, de cuja opinião discordava “veementemente”. A postagem teria sido acidental e um “mal-entendido”, argumentou Antov.
Mortes misteriosas de aliados ou ex-aliados de Putin se tornaram comuns desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro. Em setembro, Ivan Pechorin, diretor-gerente da Corporação de Desenvolvimento do Ártico e Extremo Oriente, morreu ao supostamente cair de um barco perto da Ilha Russky, no Mar do Japão.
Dias antes, Ravil Maganov, presidente da segunda maior produtora de petróleo russa, Lukoil, havia morrido “após cair de uma janela de um hospital” em Moscou, segundo relatos. A Lukoil havia se posicionado contra a invasão russa à Ucrânia.
Em agosto, Darya Dugina, filha do filósofo Alexander Dugin, considerado o “guru” de Putin, morreu na explosão do Toyota Land Cruiser Prado que conduzia perto da vila de Bolshiye Vyazemy, na região de Moscou.
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