Os empresários peruanos receberam com alívio a vitória de Alan García na eleição presidencial, porque acreditam que o ex-presidente manterá a estabilidade econômica e jurídica para assegurar investimentos em setores-chave, como mineração e energia.
Durante o primeiro mandato de García (1985-1990), o Peru mergulhou na pior crise econômica da sua história. No domingo, o social-democrata venceu o nacionalista Ollanta Humala, temido por mercados e investidores devido ao seu discurso radical.
García era considerado "um mal menor" por muitos peruanos, porque promete defender a democracia e o crescimento econômico. Mas seu governo ainda é lembrado pela hiperinflação, pelas denúncias de corrupção e pelo crescimento da guerrilha Sendero Luminoso.
- Vamos dar-lhe uma oportunidade e tentar apoiar as coisas boas que fizer, mas não vamos lhe dar um cheque em branco - disse nesta segunda-feira à Reuters o presidente da Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia, Carlos Del Solar.
- Vemos com otimismo a vitória de García porque achamos que será mantida a estabilidade econômica. Ninguém antes chegou com a situação de estabilidade econômica que temos - afirmou.
A economia peruana cresceu 6,7% em 2005, maior taxa em oito anos, devido basicamente ao aumento das exportações num cenário de bons preços internacionais das matérias-primas. O governo prevê uma expansão de 5% neste ano.
José Morales, presidente da Confederação de Instituições Empresariais Privadas, disse à Reuters que a vitória de García representa o respeito às instituições, que estariam ameaçadas sob o discurso radical de Humala.
- Temos um sentimento de seriedade e de continuar apostando no Peru. Não apostamos em um candidato, apostamos nos próximos 50 anos - acrescentou.
Os empresários estimam um cenário alentador para o Peru e destacam que há promessas de investimentos de US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos, principalmente nos setores de mineração e energia.
A mineração é o motor da economia peruana e no ano passado teve exportações de US$ 9,5 bilhões. O Peru é o terceiro maior produtor mundial de cobre e zinco, o segundo de prata e o quinto de ouro.
Del Solar disse que a manutenção da estabilidade jurídico-econômica permitirá investimentos que levarão o país a um crescimento de 7% ao ano, essencial para a redução da pobreza, que atinge metade dos 27 milhões de peruanos.
- É indispensável a paz social, a estabilidade jurídica, há um crescimento sustentado, mas necessitamos que seja maior para que possa chegar às grandes minorias - disse Del Solar. - Temos a obrigação de defender a governabilidade, já que não será fácil governar com um Congresso dividido.
Humala controlará a maior bancada no Congresso, de onde deve fazer oposição a García.
Oscar Jasaui, presidente da Pacific Credit Rating, especializada em classificação de risco, disse que o cenário continua positivo para o Peru e que será possível obter acordos favoráveis.
- Há uma sensação de alívio, de que o Peru é viável e que não somos um país kamikaze. García tem agora as condições de passar para a história como um bom presidente.
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