As empresas da atriz mexicana Kate del Castillo, que organizou a entrevista dada pelo narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán a Sean Penn, podem ser alvo de sanções penais pelo governo americano.
A estrela protagonista da série “A rainha do tráfico” é presidente de duas companhias, uma delas detentora dos direitos da gravação feita com o líder do cartel de Sineloa. Mas, como ela também tem nacionalidade americana, é proibida de fazer transações com o criminoso. “Quero deixar claro que o conteúdo desta entrevista é exclusivo para Kate del Castillo e Sean Penn”, diz “El Chapo” no início da gravação.
O material seria usado pelas empresas dela na produção de um filme e um livro sobre a história de “El Chapo”. Segundo informações dos serviços de Inteligência do México, a atriz se reuniu quatro vezes com os advogados do narcotraficante desde junho de 2015, mas os contatos entre os dois começaram quase um ano antes, em outubro do ano anterior.
A intenção dele era que a estrela participasse da produção cinematográfica. Mas ela também foi nomeada por ele como a “chefa” e coordenadora do projeto.
Para o Departamento de Justiça americano, há evidências suficientes de que houve aceitação explícita de financiamento ao filme por parte do líder do cartel de Sineloa, o que configura conspiração dela para cometer um ato criminoso. Dessa forma, Kate violou as normas da Agência de Controle de Ativos estrangeiros, do Departamento do Tesouro, que impede os cidadãos de realizarem transações financeiras ou comerciais com “El Chapo”.
As empresas da atriz podem sofrer sanções de diferentes tipos, entre elas penais, que serão estabelecidas de acordo com a gravidade da violação. Nem Penn, nem Kate comentaram os acontecimentos desde que sua entrevista com Guzmán foi publicada na revista Rolling Stone, no sábado.
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