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Clima

Enchente ameaça corais australianos com lixo e pesticida

Carro passa por estrada alagada próximo ao aeroporto de Rockhampton, depois que o leito do Rio Fitzroy extravasou | Torsten Blackwood/AFP
Carro passa por estrada alagada próximo ao aeroporto de Rockhampton, depois que o leito do Rio Fitzroy extravasou (Foto: Torsten Blackwood/AFP)

Sydney - As inundações sem precedentes que afetam o estado de Queens­­land, na Austrália, se estenderam ontem a cerca de 40 cidades e já ameaçam a Grande Barreira de Corais com dejetos e pesticidas levados pelas águas.

O lixo e os pesticidas são uma mistura perigosa para o equilíbrio frágil do maior recife de coral do mundo, com uma extensão de cer­­ca de 2.300 km – um ecossistema único, considerado patrimônio mundial pela Unes­­co e im­­por­­tan­­te atração turística do país.

A primeira-ministra de Que­­ens­­land, Anna Bligh, anunciou ontem que o número de cidades afetadas subiu de 22 para 40. En­­tre elas, a pequena Saint Geor­­ge, com 2.500 habitantes, que teve de retirar os pacientes de seu hospital diante da cheia do Rio Ba­­lonne.

A expectativa do Escritório de Meteorologia australiano é de que o nível do Rio Fitztroy, que cruza a cidade de Rockhampton, chegaria a seu nível máximo ontem. O rio deve permanecer acima do nível de alerta durante ao menos uma semana.

Rockhamtpon, com 75 mil habitantes, é uma das principais cidades da região agrícola e mineradora da Austrália, que sofre com inundações que já afetam mais de 200 mil pessoas em uma área equivalente a França e Ale­­manha juntas.

Para agravar ainda mais a si­­tuação catastrófica, os serviços me­­teorológicos lançaram um alerta de tempestades para o sul de Queensland, com risco de "precipitações muito fortes e um rápido aumento no nível da água".

O aumento do nível dos rios ameaçam agora cidades do estado vizinho de Gales do Sul.

Outros dois helicópteros do Exército foram mobilizados para ajudar os deslocados e as populações isoladas. "O impacto a longo prazo ainda é muito difícil de determinar, mas há milhares de nossos cidadãos que necessitam de nossa ajuda", afirmou Bligh.

Prejuízo

As enchentes já custaram 1 bi­­lhão de dólares australianos (R$ 1,6 bilhão) para o setor de mineração local – que fornece a metade da demanda mundial de coque da indústria do aço.

Segundo o ministro de recursos do estado, a indústria está per­­dendo 100 milhões de dólares por dia.

"Nossas minas estão paralisadas em 75% de sua produção devido ao alagamento, e isso significa um grande impacto nos mercados internacionais e na produção global de aço", disse Bligh, para quem "este desastre é sem precedentes".

Os serviços de emergência te­­mem epidemias e a proliferação de mosquitos vetores de doenças diante dos alagamentos.

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