Dilúvio
Enchentes provocam mortes e destruição em vários países da Ásia.
Paquistão
1.500 mortos 13,8 milhões de afetados pelas chuvas
Índia
140 mortos
500 desaparecidos
China337 mortos
1.148 desaparecidos
Coreia do Norte
10 mil desabrigados
Fontes: ONU, governo da China e Cruz vermelha Internacional.
A ONU (Organização das Nações Unidas) revelou ontem que as inundações no Paquistão já deixaram 13 milhões de desabrigados, ultrapassando os danos causados pelo tsunami que atingiu o sudeste asiático em 2004.A ONU já tem confirmação de que a catástrofe no Paquistão que se iniciou numa Província no norte e já se espalhou por diversas outras áreas, inclusive rumo ao sul do país é maior do que o terremoto que atingiu o país em 2005 e o que devastou o Haiti no início deste ano.O governo paquistanês enviou suas tropas para ajudar no trabalho de resgate e operações de emergência, mas já sinalizou não ter a infraestrutura e capacidade de resposta imediata suficientes para lidar com a catástrofe.
"Parece que o número de pessoas afetadas por esta crise é maior do que o terremoto do Haiti [2010], o tsunami [2004] ou até o terremoto do Paquistão [2005], e se o número for de fato tão alto como o divulgado pelo governo, é maior do que os três desastres juntos", disse Maurizio Giuliano, porta-voz do Departamento da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários.
Crianças
Em meio à catástrofe que já deixa ao menos 1,6 mil mortos e afeta 13 milhões de pessoas no Paquistão, o escritório de emergências do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) alertou ontem que há 3 milhões de crianças precisando de ajuda urgente no país.
Chefe da área de emergências da Unicef no país, Óscar Butragueño explicou que a crise atual "aumentará consideravelmente" nos próximos meses o problema de desnutrição infantil no Paquistão, que já é "muito grande".
A fonte disse que os organismos humanitários também estão muito preocupados que as crianças desabrigadas recebam atendimento médico adequado, pois são "mais vulneráveis" a doenças.
Além disso, calcula-se que em torno de mil escolas tenham sido destruídas pelas águas ou ocupadas por desabrigados.
O Alto Comissário para Refugiados da ONU, Peter Kessler, classificou a situação como "catastrófica". Há milhares de pessoas isoladas sem acesso a água potável, alimentos ou abrigo.
Número de mortos por deslizamentos na China chega a 337
A mídia estatal da China elevou ontem para 337 o número de mortos nos deslizamentos de terra que soterraram parte da Província de Gansu, na China.
O chefe da Prefeitura Autônoma Tibetana de Gannan, na Província, disse que mais de 1.100 pessoas continuam desaparecidas e o número de mortos pode subir.
Os deslizamentos, provocados por chuvas torrenciais que atingem boa parte do sul da Ásia, agravou a situação da China, que já enfrentava as piores inundações em dez anos.
Em Gansu, o mar de pedras e lamas sepultou uma faixa de 5 km de comprimento e 500 metros de largura e uma altura que, em alguns lugares, chegou ao terceiro andar dos prédios.
A terra destruiu todas as casas de ao menos três aldeias da região montanhosa, habitada principalmente por povos de origem tibetana. O mais afetado foi o Condado de Zhouqu, com mais de de 135 mil habitantes.
Resgate
O premiê chinês, Wen Jiabao, que chegou no domingo à região, exortou os milhares de trabalhadores de resgate de todo o país mobilizados para fazer o impossível para encontrar sobreviventes e ajudar os 45 mil desabrigados.
"É fundamental neste momento salvar aqueles sob os escombros e estes esforços continuarão enquanto houver a menor esperança", disse Wen.
A televisão estatal disse que 4.500 soldados, policiais, bombeiros e paramédicos foram mobilizados.
A China enfrenta enchentes de uma magnitude sem precedentes em uma década, que deixou 2.100 mortos e forçou a retirada de cerca de 12 milhões de pessoas.