Milhares de moradores da terceira maior cidade da Austrália deixaram suas casas na quarta-feira (horário local), já que grandes enchentes ameaçavam inundar o distrito financeiro, além de provocar pânico na compra de comida e deixar autoridades desesperadas na busca por mais de 90 desaparecidos.
As maiores enchentes em décadas já mataram até agora 14 pessoas desde que deram início no mês passado à sua marcha devastadora pelo Estado minerador de Queensland, no norte do país.
A catástrofe afetou a indústria do carvão de coque, destruiu a infraestrutura, levou a moeda local à mínima de quatro semanas e ameaçava colocar um freio na economia.
Com o pico das inundações previsto na quinta-feira para Brisbane, capital de Queensland, cidade de dois milhões de habitantes, as equipes de resgate aproveitavam os raros raios de sol da quarta-feira para procurar aqueles que ainda estavam desaparecidos devido às enchentes similares a um tsunami, que destruíram cidades da região nesta semana.
"Acho que todos nós ficaremos chocados com o que eles encontrarão nessas cidades atingidas por aquele tsunami", afirmou a premiê do Estado de Queensland, Anna Bligh, a um canal de televisão.
A piora da situação está forçando economistas a aumentar as estimativas do impacto econômico. Um membro do conselho do Banco Central teria dito que o desastre poderá custar o equivalente a 13 bilhões de dólares australianos, o dobro da previsão inicial.
Em Brisbane, milhares de casas e negócios foram inundados, forçando moradores a abandonar seus lares com apenas alguns pertences em direção a áreas mais altas e abrigos.
Segundo o prefeito Campbell Newman, o número de casas provavelmente atingidas pelas enchentes subiu para 19.700, sendo até 45 mil pessoas afetadas. O Exército está operando voos de resgate com helicópteros.
Barragens construídas para proteger comunidades estão a ponto de romper.
A companhia Energex desligou o fornecimento de energia para algumas áreas mais baixas de Brisbane, incluindo partes do distrito financeiro, para proteger vidas e propriedades.
Anna disse que o rio Brisbane, que atravessa o centro da cidade, deve atingir sua capacidade máxima na quinta-feira à tarde (quarta-feira no Brasil), e que milhares de propriedades devem ser inundadas até lá. Mas, pediu calma.
"Mais para frente desta região, esse rio já está criando o caos, aterrorizando as pessoas e provocando danos", afirmou.
Barcos à deriva e grandes troncos podiam ser vistos boiando no rio Brisbane. O sol parecia oferecer uma breve trégua, permitindo que os helicópteros de resgate retomassem os voos.
A primeira-ministra Julia Gillard viajou à cidade para inspecionar a devastação e disse que estava profundamente preocupada com o impacto das enchentes nos empregos.
"Estou chocada. Acho que todos estamos chocados pelas imagens daquele muro de água causando tal devastação. As dimensões são verdadeiramente incompreensíveis", afirmou Gillard.
"Teremos que trabalhar com o impacto econômico a longo prazo para Queensland, e claro, uma a grande força-tarefa de reconstrução da infraestrutura quando as enchentes diminuírem."
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