Vinte e dois corpos foram desenterrados hoje de uma vala comum no sul das Filipinas, elevando para 46 o número de mortos em um massacre de aparente motivação política, informou a polícia do país asiático. O superintendente de polícia Josefino Cataluna afirmou que 11 corpos foram encontrados no final da tarde (horário local) em uma vala comum cavada na encosta de um morro. Mais cedo, outras 11 vítimas do massacre foram achadas no mesmo local.
Os crimes parecem ter relação com o acirramento da rivalidade política a poucos meses das eleições gerais nas Filipinas, segundo relatos de militares e de familiares dos mortos. As vítimas foram sequestradas e mortas por um grupo de aproximadamente cem homens armados. Entre os assassinados, há jornalistas e correligionários de um político da região.
Os jornalistas acompanhavam assessores e seguidores de Esmael Mangudadatu, prefeito de uma cidade da província de Maguindanao, a um cartório eleitoral onde seria formalizada sua candidatura a governador nas eleições de maio de 2010. O clã Mangudadatu tem uma antiga desavença política com a família do governador Andal Ampatuan. De acordo com a polícia, Ampatuan dispõe de um exército particular a seu serviço. A esposa de Mangudadatu, Genalyn, e duas irmãs dele também morreram.
Em resposta ao massacre, a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, declarou estado de emergência em parte do sul do país. A porta-voz de Gloria, Cerge Remonde, afirmou que o estado de emergência abrange Maguindanao e duas províncias vizinhas. A região é habitada por mais de 1,5 milhão de pessoas. "Há uma necessidade urgente de se impedir e suprimir a ocorrência de incidentes de violência", alega Arroyo, no decreto.
"As Forças Armadas e a Polícia Nacional das Filipinas estão, portanto, ordenadas a adotar as medidas previstas em lei para impedir e suprimir todos os atos de violência ilegal nas áreas mencionadas", prossegue. O estado de emergência autoriza o Exército a impor toques de recolher, estabelecer postos de controle e realizar buscas em imóveis sem a necessidade de mandado judicial. Ainda hoje, o comandante da polícia de Maguindanao foi exonerado e detido depois que três de seus subordinados terem sido implicados por testemunhas no massacre.
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