Paris (AFP) O interesse pela energia nuclear, uma antiga inimiga do movimento ambientalista, está retornando em muitos países, onde questões de dependência energética e o aumento do custo dos combustíveis fósseis provocaram mudanças políticas. Na semana passada, durante conversações em Bruxelas, a Grã-Bretanha anunciou uma consulta pública sobre seu futuro de fontes energéticas, ressuscitando o espectro de um retorno da energia nuclear, e a França destacou a necessidade do recurso como parte do futuro da política energética na União Européia.
Estima-se que os combustíveis fósseis respondam por cerca de 80% da energia mundial, mas a produção de gás e petróleo poderá atingir sua capacidade máxima nas próximas três décadas, afirmam especialistas. Jean-Marie Chevallier, diretor da Cambridge Energy Research Associates e professor da Universidade francesa de Paris-Dauphine, considera "lógica" a discussão sobre energia nuclear no ambiente atual. A dependência européia por gás estrangeiro veio à tona nas últimas semanas, depois de um impasse entre a Rússia e a Ucrânia no início do ano, que provocou a redução temporária do abastecimento para alguns países da União Européia. Além disso, preocupações ambientais e a sentida inadequação das energias renováveis para substituir os combustíveis fósseis trouxeram a energia nuclear de volta à pauta.
A energia nuclear parece ser "uma solução parcial", afirma Chevallier, que reforçou que apenas três países europeus decidiram recentemente construir novas usinas nucleares: França, Finlândia e Romênia. "Entre os países que sentimos estar começando a pensar sobre a energia nuclear na Europa estão Grã-Bretanha, Espanha, Suíça e Holanda, que acabou de estender a vida útil de uma usina em 20 anos", acrescenta. O comissário europeu de assuntos monetários Joaquin Almunia disse recentemente que seria "suicídio" os governos europeus se absterem da energia nuclear.
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