Missa de Natal em uma igreja em Lahore, no Paquistão, em 25 de dezembro do ano passado: relatos apontam que lei da blasfêmia é usada para perseguições contra cristãos| Foto: EFE/EPA/RAHAT DAR
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Um tribunal do Paquistão condenou uma enfermeira cristã de 40 anos à morte, pela acusação de que teria compartilhado comentários depreciativos sobre o profeta Maomé em um grupo de WhatsApp. Ela havia sido presa em julho de 2021 em Islamabad, capital paquistanesa.

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Segundo informações do site católico de notícias UCA News, Shagufta Kiran, mãe de quatro filhos, foi sentenciada à pena capital na última quarta-feira (18). A pena foi imposta pelo juiz Muhammad Afzal Majoka, do tribunal da Agência Federal de Investigação do Paquistão.

O advogado de Kiran, Rana Abdul Hameed, negou à UCA News que a enfermeira tenha cometido o crime de blasfêmia.

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“Achamos que foi um julgamento equivocado, baseado em preconceitos. O juiz não se preocupou em analisar as evidências ou conduzir uma análise adequada”, disse o advogado.

“Quem em sã consciência correria esse risco em nosso país [compartilhar mensagens críticas a Maomé], onde clérigos caçam supostos blasfemadores?”, argumentou Hameed.

O grupo que tem fornecido assistência jurídica a Kiran informou que apresentaria um recurso no Tribunal Superior de Islamabad.

O crime de blasfêmia foi estabelecido na era colonial britânica e endurecido pelo ditador Muhammad Zia-ul-Haq na década de 1980, prevendo pena de morte no Paquistão, embora ninguém jamais tenha sido executado por esse motivo.

Os críticos dizem que algumas pessoas abusam da lei da blasfêmia, muitas vezes para acertar contas pessoais e para justificar perseguições contra cristãos.

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