Viagem
Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas visita oeste da África
Das agências
A embaixadora americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Samantha Power, vai visitar os três países da África Ocidental mais atingidos pelo surto de ebola, em meio a crescentes pedidos de restrições de viagem.
A visita tem como objetivo "chamar a atenção para a necessidade de um maior apoio à resposta internacional", afirmou um comunicado divulgado no sábado pela missão americana.
Um porta-voz disse que Samantha chegaria ontem à capital da Guiné, Conacri. A embaixadora vai visitar centros de coordenação e encontrar profissionais dos EUA e da ONU, incluindo trabalhadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças e o Departamento de Defesa.
Ela também vai se reunir com funcionários do governo e trabalhadores da sociedade civil. A ONU tem pedido repetidamente uma maior resposta internacional à pior epidemia da doença, que matou mais de 5 mil pessoas.
Em Nova York, ontem, o médico Craig Spencer, diagnosticado com ebola após voltar da África Ocidental, passou a enfrentar sintomas gastrointestinais e "está entrando na próxima fase da doença", disseram autoridades do setor de saúde da cidade.
Mali
A morte de uma criança de apenas 2 anos no Mali, vítima de ebola, levou a cidade de Kayes, com cerca de 128 mil habitantes, a uma onda de medo. A menina foi o primeiro caso da doença no país, após o início da epidemia na vizinha Guiné. O Mali, que compartilha uma fronteira com a Guiné, é considerado vulnerável à epidemia, devido ao grande número de pessoas que se deslocam entre os dois países.
21 dias
O governador da Florida, Rick Scott, determinou que fossem feitos monitoramentos duas vezes por dia em qualquer pessoa vinda de locais que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças determinou como afetados pelo ebola. O Departamento de Saúde da Flórida tem agora autoridade para monitorar os indivíduos durante 21 dias.
A enfermeira Kaci Hickox, da organização Médicos Sem Fronteiras, que testou negativo para ebola após ser colocada em quarentena em Nova Jersey, se queixou do procedimento adotado.
Kaci, do estado americano do Maine, cuidou de pacientes com ebola em Serra Leoa. Ela foi detida no aeroporto internacional de Newark Liberty de acordo com protocolos determinados pelo governador de Nova Jersey, Chris Christie, e de Nova York, Andrew Cuomo.
Em artigo publicado pelo jornal The Dallas Morning News, no sábado, Kaci escreveu que ser mantida em quarentena no Hospital Universitário de Newark "não é uma situação que desejaria a ninguém. Estou assustada por aqueles que virão depois de mim."
Kaci relatou que um homem que acredita ser do escritório de Imigração a interrogou "como se fosse uma criminosa". No hospital, sua temperatura foi medida em 37ºC e o médico que a atendeu afirmou que ela não estava com febre.
Em seguida, foi feito um exame de sangue, que deu negativo para o vírus. "Estou com medo de como os profissionais de saúde serão tratos nos aeroportos quando contarem que estava lutando contra o ebola na África Ocidental", escreveu.
A mãe de Kaci, Karen Hickox, afirmou que a filha foi colocada em uma tenda isolada sem chuveiro. De acordo com os Médicos sem Fronteiras, a tenda não era aquecida e Kaci foi forçada a usar um avental de papel desconfortável. Ela não foi informada dos passos seguintes nem de quanto tempo permaneceria isolada.
Preocupação
A organização se declarou "muito preocupada com as condições", em um comunicado. "Apesar de medidas de proteção da saúde pública serem importantes, elas devem ser equilibradas considerando os direitos dos profissionais de saúde."
Uma porta-voz do hospital onde Kaci foi internada declarou que ela estava em uma "unidade de tratamento de clima controlado" dentro de um prédio que é parte do hospital.
Resposta
O governador Christie afirmou que a "primeira e principal obrigação é proteger a saúde e a segurança das pessoas de Nova Jersey". Ele lamentou "se as medidas foram de alguma forma inconvenientes, mas a inconveniência que poderia ocorrer de ter pessoas com sintomas de ebola entre o público é uma preocupação muito maior."
Caso suspeito é isolado na Austrália
Estadão Conteúdo
Uma mulher que chegou à Austrália vinda da África Ocidental neste mês está em isolamento e passa por testes para verificar possíveis sintomas do ebola, afirmou ontem Jeannette Young, diretora do setor de saúde do estado de Queensland.
A mulher, cujo nome não foi divulgado, foi colocada em quarentena em seu domicílio, depois de chegar em Brisbane há 11 dias. Contudo, ontem, ela foi deslocada para o isolamento em um hospital da cidade, após apresentar febre, afirmou a doutora Jeannette Young. Ela chegou à Austrália com outros membros da família, que também foram monitorados.
"A paciente foi isolada em uma parte do Royal Brisbane and Womens Hospital, em conformidade com os procedimentos universais de controle de infecção, como medida de precaução. Ela está sendo avaliada sobre uma série de infecções, incluindo o vírus ebola", disse Young em um comunicado enviado por e-mail. "Outros moradores da casa mão mostraram nenhum sintoma."
No início deste mês, uma enfermeira australiana, Sue Ellen Kovack, foi testada e se mostrou livre de possíveis sintomas do ebola, depois de voltar da África Ocidental.