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Curitiba – "Foi a mão de Deus que me salvou." Esta é a explicação que o engenheiro paranaense Edílson Mazurechen, que vive no Paquistão, deu para a sua história. Por cinco minutos ele escapou do terremoto que devastou o país no sábado, deixando milhares de mortos e milhões de desabrigados.

O paranaense trabalha na cidade paquistanesa de Multan. Na sexta-feira, precisou ir para uma reunião de negócios na capital do país, Islamabad. Após um atraso, Mazurechen conseguiu embarcar no sábado. O avião decolou às 8h45, no horário local. Exatamente às 8h50 um terremoto de 7,6 graus da escala Richter, um dos mais violentos da história, atingiu o país.

Durante o vôo, o engenheiro disse que não sentiu nada. O avião aterrissou normalmente. A primeira informação veio quando um cliente o telefonou para saber se tudo estava bem. Ele ligou para o seu escritório e ficou sabendo que um terremoto tinha atingido Multan.

Quando Muzurechen pegou um táxi para se dirigir até o hotel onde iria se hospedar é que ficou sabendo que Islamabad também havia sido atingida. Porém, o motorista também não sabia do tamanho da tragédia que se abateu sobre o Paquistão naquele dia.

"O motorista me falou que havia tido um terremoto. Mas não sabia dizer onde. Conforme íamos andando fomos vendo a dimensão. O trânsito estava terrível. Tudo estava parado. Somente as ambulâncias podiam passar", relatou o paranaense em entrevista por telefone à Gazeta do Povo Online.

Ao chegar no hotel, teve a primeira noção da amplitude do terremoto. "O prédio em frente, onde um amigo morava, estava completamente destruído". O amigo a que se refere é o também brasileiro Murilo da Costa, que não estava no local na hora do desabamento. O prédio foi o mais afetado na cidade.

O paranaense preferiu não avisar imediatamente a família que mora em Guarapuava, na região central do estado. Ele relembra que no momento do terremoto ainda era de madrugada no Brasil, por isso preferiu esperar até que fosse de manhã. "Quando telefonei eles ainda nem estavam sabendo do que havia acontecido".

Depois disso as informações começaram a chegar. Mazurechen procurou a Embaixada do Brasil para saber se algum outro brasileiro teria se machucado. O alívio veio com a notícia de que não havia nenhum morto ou gravemente ferido. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 30 brasileiros vivem no Paquistão.

A empresa onde o engenheiro trabalha ofereceu uma casa para que ele e seu amigo pudessem ficar. Ele afirma, que pelo menos na capital, não falta nem água nem comida. Somente na segunda-feira, eles voltaram ao local do desabamento para que Costa pudesse pegar o que restou de seus pertences.

Além dos efeitos pós-terremoto, como pequenos tremores do solo, conhecidos como "aftershocks", Mazurechen acompanha o dia a dia da reconstrução no país. "Toda hora tem pequenos tremores. Às vezes nem sentimos. Só percebemos quando a água em um copo começa a mexer." Os dois brasileiros querem voltar ao Brasil ainda nesta sexta-feira. A previsão é que cheguem a São Paulo no sábado.

Paranaense em Sialkot

Outro paranaense que viveu momentos de medo e terror durante o terremoto que atingiu o Paquistão foi o empresário Rodrigo Cézar Magnago. Ele está na cidade de Sialkot há 16 dias e concedeu uma entrevista por telefone ao Paraná TV na segunda-feira. Magnago contou como foi o momento em que o terremoto atingiu a região. "Eu não sabia. Ninguém sabia que se tratava de um terremoto. Não sabia se era arma (bomba) ou terremoto. Você fica com uma sensação de estar embriagado", relatou. "A sensação foi uma das piores que já tive em minha vida. Você não consegue nem pensar de uma forma consciente."

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