Soldados ucranianos descansam em tanque. Em 24 horas, ao menos 12 morreram em combate com as milícias separatistas pró-Rússia| Foto: Oleg Petrasyuk/Efe

Debate

Otan deixa nas mãos de cada aliado a decisão de enviar armas a Kiev

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou que "cada aliado deve tomar sua própria decisão" no debate aberto sobre um possível envio de armas ao governo de Kiev para apoiar a luta contra os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Após participar de uma convenção do Partido Social-Democrata Alemão (SPD) na cidade de Nauen e segundo a imprensa alemã, Stoltenberg se mostrou esperançoso perante os preparativos de uma cúpula em Minsk, nesta quarta-feira, com participação da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.

O secretário-geral mostrou mais uma vez seu total respaldo aos esforços a favor de um cessar-fogo e confiou que os acordos não fiquem só sobre o papel, em referência aos compromissos alcançados em setembro também na capital bielorrussa e que não foram aplicados pelas partes em questão.

O líder do SPD, Sigmar Gabriel, vice-chanceler na coalizão do governo de Angela Merkel, mostrou um otimismo prudente e expressou sua confiança de que o presidente russo, Vladimir Putin, "aperte a mão que é estendida", porque a Europa necessita da Rússia e vice-versa.

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Poroshenko, Merkel e Biden, em encontro mundial de segurança
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Ao menos 12 soldados ucranianos morreram em um dia em combate com as milícias pró-Rússia no leste do país, de acordo com informações divulgadas pelo comando militar da Ucrânia. Entre os combatentes pró-Rússia, o governo ucraniano informou que 70 rebeldes morreram e que foram destruídos tanques, veículos blindados e peças de artilharia.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko havia afirmado no sábado, na Conferência de Segurança de Munique, que quase 1.500 soldados das tropas ucranianas foram mortos desde abril do ano passado.

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As mortes aconteceram enquanto líderes do Ocidente negociam com Ucrânia e Rússia um plano de paz que dê fim ao conflito.

O Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano informa que 360 pessoas foram retiradas das localidades divisórias a Debaltsevo, Avdeyevka e Chernujino para a região vizinha de Lugansk. Os rebeldes acusaram o governo de Kiev de boicotar a transferência de civis rumo à zona separatista. Porém, a Organização sobre a Segurança e a Cooperação na Europa disse que apenas 40 pessoas optaram voluntariamente em entrar no ônibus que partia para Donetsk, principal reduto pró-Rússia.

Reunião

Líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França concordaram em se reunir na Bielo-Rússia na quarta-feira para tentar mediar um acordo de paz para a Ucrânia em meio a sinais de fissuras no consenso transatlântico sobre como confrontar Vladimir Putin.

Os quatro líderes conversaram no domingo, dois dias depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, terem viajado a Moscou para conversações com Putin que não produziram nenhum avanço no conflito que dura quase um ano e já custou mais de 5 mil vidas.

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Após a conversa, o presidente da Ucrânia disse que houve progresso e estava esperançoso de que a reunião em Minsk levará a um "cessar-fogo incondicional e rápido" no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia intensificaram uma ofensiva militar nas últimas semanas, ocupando novo território.