Buenos Aires – Setenta e cinco por cento dos argentinos acham que os indultos concedidos em 1990 aos responsáveis da última ditadura militar do país (1976-1983) devem ser anulados.

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Entretanto, os consultados consideram que a anulação dos indultos outorgados durante o governo do presidente Carlos Menem (1989–1999) também devem ser estendida aos "guerrilheiros de organizações armadas", libertados através da mesma medida.

A enquete, realizada pela Universidade Aberta Interamericana com 987 pessoas com mais de 45 anos, também revela que 77% dos entrevistados acha que a ditadura constitui "um processo ainda não resolvido".

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No entanto, 77% crêem na veracidade das informações de que, durante o regime militar, houve repressão ilegal, seqüestros, torturas e desaparecimentos, os quais, segundo os organismos de direitos humanos, somam 30 mil.

A enquete indica ainda que 51,4% não estão de acordo com a recente resolução do Parlamento de criar um feriado no aniversário do golpe, que deu início à ditadura mais cruel da história do país.

No ato principal realizado pelo governo no Colégio Militar, o presidente, Néstor Kirchner, reivindicou à Justiça que anule os indultos.

Isto contradisse os rumores que circularam nos últimos dias sobre um possível decreto do próprio presidente e que deixaria sem efeito a anistia aos militares.