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Entenda a eleição dos Estados Unidos em 3 minutos

Nas eleições de 2016, a então candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hilary Clinton conquistou mais de 65 milhões de votos, superando o republicano Donald Trump, que somou quase 63 milhões. Hilary ganhou, não foi eleita.

Mas afinal, por que obter o maior número de votos da população não significa necessariamente vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos?

Diferente do Brasil, os Estados Unidos adotam o sufrágio universal indireto. Por esse sistema, o voto do eleitor não é creditado diretamente ao seu candidato, mas serve para escolher os 538 delegados do colégio eleitoral. É este grupo que definirá o novo presidente.

O número de delegados é proporcional ao tamanho da população do território e ao número de parlamentares desses estados no Congresso. A califórnia, estado mais populoso, tem 55 delegados. Por outro lado, sete estados, além do Distrito de Columbia (onde fica a capital Washington D.C.), têm apenas o mínimo previsto: três delegados cada.

Cada delegado representa um voto no colégio eleitoral. Para se eleger, o candidato precisa conquistar pelo menos 270 delegados. Na eleição passada, Trump venceu somando 306 votos no colégio eleitoral.

Na maioria dos casos, a determinação final dos votos de cada estado é absoluta, e não proporcional. Por exemplo, na eleição de 2016, Trump somou 49% dos votos válidos na Flórida contra 47,8% de Hilary. Apesar da disputa apertada, o republicano pôde levar todos os 29 votos dos delegados do estado, enquanto a democrata ficou sem nenhum.

Esse sistema é conhecido como "the winner takes it all", ou seja, "o vencedor leva tudo". O modelo só não é utilizado nos estados do Maine e de Nebraska, que adotaram um sistema proporcional dividido por distritos eleitorais.

Sistema de votação indireta

O sistema de votação indireta por meio da escolha dos delegados é utilizado nos Estados Unidos desde o século XVIII. Essa foi a solução encontrada pelos chamados pais fundadores (os founding fathers), líderes políticos que participaram da revolução americana.

Além de facilitar a condução de uma campanha eleitoral em um território gigantesco, o voto indireto também evitava que figuras muito locais dos estados mais populosos pudessem ser eleitas. Acreditava-se que esses candidatos acabariam governando em prol de seus territórios de origem, deixando os outros de lado.

Mas os tempos mudaram e o modelo tem gerado discussões. Os defensores alegam que o voto indireto tem atendido muito bem aos propósitos eleitorais há mais de dois séculos. Já quem critica argumenta que o sufrágio universal indireto ignora a vontade do povo e acaba desvalorizando os eleitores de um estado com poucos delegados.

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