Pessoas acompanharam cortejo pedindo justiça| Foto: Martin Acosta/Reuters

O promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto com um tiro na cabeça depois de acusar o governo de proteger os acusados de um atentado contra uma associação judaica em 1994, foi sepultado ontem num cemitério localizado no oeste da grande Buenos Aires.

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Ocorrida em 18 de janeiro, a morte de Nisman ocupa desde então a primeira página dos jornais, já que ainda não está claro se foi um suicídio ou um assassinato, em meio a uma trama obscura que envolve os serviços de inteligência do país.

"Venho enterrar um pedaço da República, porque o que aconteceu é muito sério e muito grave", declarou a deputada opositora Patricia Bullrich a jornalistas na entrada do cemitério pertencente à comunidade judaica.

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Bullrich disse que fez vários contatos com Nisman no dia anterior à sua morte para combinar os detalhes do seu testemunho perante uma comissão do Congresso Nacional em 19 de janeiro para explicar os fundamentos de sua denúncia contra o governo.

As duas filhas do promotor e sua ex-mulher destacaram em dois anúncios fúnebres publicados nesta quinta-feira no jornal La Nación seu compromisso com o trabalho na promotoria, criada em 2004 exclusivamente para a investigação do atentado. "Hoje te damos adeus, sabendo de tua dedicação ao trabalho. Esperamos que possa estar em paz", escreveram suas filhas, Iara e Kala.

O cortejo foi acompanhado por dezenas de pessoas que se despediram com aplausos e pedidos de justiça.