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O enviado dos Estados Unidos ao Oriente Médio, George Mitchell, concluiu as conversações com líderes palestinos e israelenses na sexta-feira sem um acordo sobre como manter as negociações de paz, atualmente suspensas em razão de uma disputa sobre a construção de assentamentos judaicos.

Mitchell afirmou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, concordaram em manter o diálogo indireto. Ele tem conversado com um e com outro ao longo dos dois últimos dias.

A iniciativa do presidente dos EUA, Barack Obama, de pôr fim ao conflito de seis décadas parecia hesitante apenas um mês depois de seu governo ter promovido o diálogo direto em Washington.

"Tanto o presidente como o primeiro-ministro concordaram que prosseguiremos com nossas discussões, em um esforço de fazer avançar esse processo em direção ao que todos compartilhamos como um objetivo comum: o estabelecimento de uma paz ampla no Oriente Médio", disse Mitchell a jornalistas em Ramallah.

"Os obstáculos permanecem. A nossa determinação continua", afirmou ele.

Mais cedo, em Jerusalém, Netanyahu disse: "Estamos nos esforçando junto com o senador Mitchell para prosseguir com as conversações com o presidente Abbas. Queremos que as conversações continuem."

Abbas diz que vai se retirar das negociações, a menos que Israel estenda o congelamento de novas construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia ocupada, que expirou esta semana.

Os palestinos afirmam que o crescimento dos assentamentos, num território ocupado por Israel desde 1967, tornará impossível o estabelecimento de um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza - objetivo declarado das conversações de paz.

Cerca de 500 mil judeus vivem no território onde os palestinos pretendem estabelecer seu Estado, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.

Saeb Erekat, negociador chefe palestino, afirmou que os EUA "prosseguirão com seus esforços bilaterais entre nós e os israelenses, cada um em separado".

"A chave para as conversações diretas está nas mãos do primeiro-ministro israelense. Esperamos que a liderança israelense escolha a paz e não o assentamento", afirmou ele após uma reunião entre Mitchell e Abbas. Mitchell afirmou que partiria para o Catar e em seguida para o Egito e a Jordânia.

Abbas disse que não tomaria a decisão final antes de a Liga Árabe discutir a questão. Na sexta-feira havia indícios de que a data de 4 de outubro para a consulta à Liga Árabe seria adiada para 8 de outubro a pedido do Egito, país aliado dos EUA.

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