O enviado dos EUA George Mitchell disse no domingo que espera nos próximos dias concluir um acordo entre líderes israelenses e palestinos sobre o congelamento das construções nos assentamentos e a retomada das negociações de paz.
"Ainda não chegamos a um acordo sobre vários pontos em disputa, mas estamos trabalhando arduamente nesse sentido, e o objetivo de minha visita esta semana é tentar fazê-lo", disse Mitchell, tendo ao lado o presidente israelense, Shimon Peres.
Mitchell, que chegou a Israel no sábado, vem tentando preparar um pacote pelo qual Israel congelaria as construções nos assentamentos na Cisjordânia ocupada e os países árabes dariam os passos iniciais para o reconhecimento de Israel.
Washington espera que as duas coisas levem à retomada das negociações de paz israelo-palestinas, suspensas desde dezembro.
Mitchell vai se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na segunda e no dia seguinte com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que já afirmou que não reiniciará as negociações de paz a não ser que Israel se comprometa a congelar construções nos assentamentos.
Embora as autoridades israelenses tenham aventado a perspectiva da suspensão do início de novas construções nos assentamentos, Netanyahu já disse que a construção de cerca de 2.500 unidades habitacionais para israelenses na Cisjordânia vai continuar e que a cidade de Jerusalém não será incluída em qualquer acordo relativo aos assentamentos.
Peres se reuniu com Mitchell horas depois de receber alta de um hospital, onde passou a noite em observação depois de desmaiar durante um evento público.
Os EUA esperam que um acordo relativo à questão dos assentamentos possa abrir caminho para uma reunião envolvendo Netanyahu, Abbas e o presidente Barack Obama nos bastidores da Assembléia Geral da ONU, por volta de 23 de setembro.
Mas o negociador chefe do lado palestino, Saeb Erekat, disse que Abbas dirá a Mitchell que não pode haver concessões. "Israel precisa suspender todas as atividades de construção nos assentamentos, incluindo o crescimento natural", disse Erekat.
Cerca de 500 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia, território que Israel capturou em uma guerra em 1967 e que os palestinos querem converter em seu Estado nacional, e no lado oriental, árabe, de Jerusalém, que Israel anexou como parte de sua capital, em iniciativa que não é internacionalmente reconhecida.
Os palestinos, que chegam a 3 milhões na Cisjordânia, dizem que os assentamentos lhes privam da terra necessária para um país viável e pedem que Israel cumpra o compromisso que assumiu no "mapa do caminho", o plano de paz traçado em 2003, de congelar as construções nos assentamentos.
Atraindo a ira palestina e a condenação dos EUA, na segunda-feira o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, aprovou 455 alvarás de construção nos assentamentos.
Em Israel, a iniciativa foi vista como tentativa de aplacar os colonos antes da entrada em vigor do congelamento das construções.
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