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Representantes dos Estados Unidos e da União Europeia se encontraram neste sábado com o ministro do Exterior do novo governo do Egito, num esforço para resolver a crise política causada pela queda do presidente Mohamed Mursi e conter a violência no país.

Ao mesmo tempo, o governo instalado pelos militares prometeu aos simpatizantes de Mursi a saída com segurança das áreas de protesto e fez um chamado para que eles se integrassem ao processo político.

O esforço internacional de mediação da crise se intensifica um mês depois de o islâmico Mursi, primeiro presidente do Egito eleito de forma democrática, ter sido derrubado após grandes manifestações populares contra o seu governo.

Desde então, milhares de simpatizantes da Irmandade Muçulmana têm se reunido em duas áreas da capital egípcia para protestar contra o novo governo, que tenta avançar com um plano de transição, e exigir a volta do presidente eleito ao poder.

Quase 300 pessoas morreram no mês passado por conta da violência política, incluindo 80 manifestantes vítimas de tiros das forças de segurança nos conflitos do dia 27 de julho. Mursi está sob custódia num local secreto.

Neste sábado, o ministro do Exterior, Nabil Fahmy, se reuniu por quase uma hora com o vice-secretário de Estado norte-americano, William Burns, com a embaixadora dos Estados Unidos Anne Patterson e com o enviado especial da União Europeia, Bernardino Leon.

A crise no Egito tem representado um dilema para os Estados Unidos e o Ocidente, que defenderam a democracia depois da queda de Hosni Mubarak em 2011, mas que estavam cada vez mais incomodados com a tendência pró-islamismo de Mursi.

Um comunicado do ministério egípcio disse que Fahmy reiterou o compromisso do govenro interino com um plano de transição e novas eleições. O novo governo também disse querer a reconciliação nacional, com todas as forças políticas, desde que elas renunciem a violência.

Segundo o comunicado, os representantes internacionais são bem-vindos, mas as decisões serão tomadas pelo governo egípcio.

À imprensa, Fahmy afirmou depois do encontro que tinha havido contatos com a Irmandade Muçulmana. "Não usaria a palavra negociação. Houve contatos entre diferentes figuras. Não há o desejo de usar a força, se houver alguma outra via com potencial para o êxito", declarou.

"Mas eu não tenho visto francamente nenhum retorno ou avanço concreto", acrescentou.

Enquanto isso, um representante do Ministério do Interior foi à TV para prometer aos simpatizantes de Mursi uma saída com segurança das áreas de protesto. Ele disse que os manifestantes estavam sendo manipulados pelos líderes da Irmandade.

Antes, os militares haviam ameaçado retirar os manifestantes à força.

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