Washington – A chegada de 3.200 soldados americanos a Bagdá, ontem, marca uma nova etapa da ação dos Estados Unidos no Iraque. O presidente dos EUA, George W. Bush, pretende enviar um total de 21.500 soldados adicionais para o país árabe – que vão se juntar aos 132 mil já presentes no país –, mas suas ambições enfrentam forte oposição do Congresso, dominado pelos democratas pela primeira vez em 12 anos. De acordo com o plano de Bush, o reforço militar deverá atuar apenas como apoio das tropas iraquianas, e não na linha de combate. Apesar disso, a rejeição à presença americana no conflito é crescente nos EUA devido ao número de baixas de militares americanos desde o início da Guerra do Iraque, em março de 2003 – que já registra mais de 3 mil mortos. Apenas neste mês, 31 americanos morreram no país árabe.

CARREGANDO :)

Os 3.200 soldados adicionais entram em ação a partir de 1.º de fevereiro, segundo o comando americano. As tropas terão a missão de ajudar as forças de segurança iraquianas na "limpeza’’, controle e segurança dos postos-chave de Bagdá. No auge da Guerra do Vietnã (1965–1975), cerca de 500 mil soldados americanos atuaram naquele conflito.

Ao mesmo tempo em que chegava o reforço americano, se seguiram no Iraque episódios de violência sectária. Uma bomba explodiu em um ônibus no centro de Bagdá, matando 6 passageiros e ferindo outros 15, segundo oficiais de segurança. No leste da capital, outra explosão, desta vez de um carro-bomba, matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas.Queda de braço

Publicidade

O embate entre a Casa Branca e o Congresso dos EUA a respeito da nova estratégia do presidente para a ação americana no Iraque se intensificou ontem após a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusar o governo de "brincar de política’’ com as vidas dos soldados. Pelosi fez as duras acusações contra a Casa Branca no popular programa de tevê "Good Morning America’’ (da rede ABC). "O presidente sabe que, uma vez que as tropas estejam em perigo, nós do Congresso não vamos cortar verba para a guerra’’, disse a líder. "É por isso que eles estão se movendo tão rapidamente para colocar os soldados na linha de perigo", completou Pelosi. A resposta do governo foi curta e rápida: a Casa Branca classificou as declarações da líder democrata como "venenosas’’.