O governo do Equador anunciou nesta terça-feira (18) a suspensão temporária de um acordo com a China que dispensa mutuamente a exigência de visto para portadores de passaportes comuns para entrada de cidadãos do outro país. O documento voltará a ser exigido em 1º de julho.
Segundo o jornal El Universo, o governo informou que a medida foi tomada devido a um “aumento anormal dos fluxos migratórios irregulares de cidadãos de nacionalidade chinesa que chegam ao Equador e não saíram no prazo permitido [90 dias a partir da entrada no país]”.
O Ministério das Relações Exteriores informou que nos dois últimos anos 66.189 chineses chegaram ao país sul-americano e apenas 34.209 saíram oficialmente.
Esses números indicam que muitos cidadãos da China vêm se aproveitando do acordo com o Equador para migrar ilegalmente para os Estados Unidos, “principalmente através de Darién”, informou a pasta, citando a selva entre Colômbia e Panamá.
O compromisso foi assinado em janeiro de 2015, quando Rafael Correa era presidente, e entrou em vigor em agosto de 2016.
Segundo informações da CNN, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que o acordo com o Equador “desempenhou um papel positivo no intercâmbio bilateral de pessoas e na cooperação prática em vários campos”.
A respeito dos indícios de imigração ilegal em massa de chineses para os Estados Unidos e do fato de o compromisso com o Equador estar sendo deturpado com esse fim, o porta-voz afirmou que a China “se opõe firmemente” ao tráfico de pessoas e que suas agências de aplicação da lei “reprimem vigorosamente crimes” desse tipo.