O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou nesta sexta-feira (22) o congelamento do preço dos combustíveis e que aplicará “sem exceções” os preços oficiais da cesta básica no país, após um impasse com os movimentos sociais sobre as suas reformas tributária e trabalhista.
“Estão suspensos os aumentos mensais dos preços dos combustíveis, e o preço da gasolina extra está fixado em US$ 2,55 e o preço do diesel para o transporte público, comunitário, escolar, de turismo, carga pesada, misto e geral está fixado em US$ 1,90”, anunciou o presidente.
Os movimentos sociais tinham convocado uma manifestação para a próxima terça-feira (26) para exigir estas medidas, após meses ao longo dos quais os preços dos combustíveis subiram mais de 40% em virtude de um sistema de faixas de preços estabelecido pelo ex-presidente Lenín Moreno, o que havia mitigado a perda de receitas estatais provenientes dos subsídios históricos do país.
Lasso argumentou que a sua decisão se baseia na necessidade de “trazer estabilidade aos bolsos dos equatorianos”. “Ouvimos vocês, cidadãos, e também os setores sociais e políticos para gerar acordos que nos levem a um ambiente estável no qual possamos crescer e gerar emprego”, disse o presidente em pronunciamento público nesta sexta-feira.
Os preços dos combustíveis são uma das questões mais sensíveis na sociedade equatoriana e uma tentativa de Moreno, em 2019, de eliminar subsídios levou a uma onda de protestos nos quais pelo menos seis pessoas morreram e mais de 1,5 mil ficaram feridas.
Moreno recuou para acalmar o país, mas, meses depois, com o preço do petróleo baixo devido à Covid-19, criou um sistema de flutuação que teve efeito semelhante. O preço no Equador estava sujeito ao mercado internacional e o aumento dos preços do petróleo em 2021 fez subir o custo de todo o combustível.
Em relação às exigências de controle do aumento dos preços dos produtos básicos feitas pelo movimento indígena, Lasso assegurou que ordenou “às autoridades do governo nacional que protejam a economia familiar”.
“Dei instruções aos governadores e prefeitos para aplicarem, sem exceções de qualquer tipo, os preços oficiais de arroz, leite, frutas e todos os produtos da cesta básica”, acrescentou.