O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou nesta segunda-feira (8) estado de exceção no país, que durará 60 dias, após a fuga de José Adolfo Macías, líder da Los Choneros, uma das principais organizações criminosas do país, e uma série de rebeliões em pelo menos seis presídios que envolveram a retenção de agentes penitenciários e a queima de colchões.
O estado de exceção suspende os direitos à liberdade de associação, inviolabilidade de domicílio, inviolabilidade de correspondência nos presídios e a liberdade de trânsito entre 23h e 5h da manhã. Além disso, permite que as Forças Armadas do país, em apoio à polícia, controlem as prisões, como já fizeram em ocasiões anteriores.
Noboa afirmou que a medida visa dar todo o respaldo político e legal às forças de segurança do Equador para enfrentar os grupos “narcoterroristas que pretendem intimidar o governo e a sociedade”. Ele disse que não “vai negociar com terroristas” e que vai trabalhar para “devolver a paz a todos os equatorianos”.
"Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o respaldo político e legal em suas ações", declarou o presidente em um poste feito na sua conta oficial na rede social Instagram.
Noboa culpou facções ligadas ao tráfico de drogas, os assassinatos de aluguel e o crime organizado pela crise carcerária que vem ocorrendo no país há alguns anos. Ele alegou que alguns governos anteriores recebiam ordens dessas facções sobre o que fazer. A ação determinada nesta segunda pelo seu governo visa recuperar o controle das prisões equatorianas.
O Equador fechou o ano de 2023 com um novo recorde de homicídios, chegando assim ao seu terceiro ano negativo. Em 2023, foram quase 7,6 mil mortes violentas no país, sendo que em 2022, essa cifra foi de 4,6 mil e em 2021, algo em torno de 2,1 mil.
Noboa assumiu o cargo de presidente do Equador há um mês e meio. Ele ganhou a presidência prometendo resultados rápidos na luta contra a insegurança no país. (Com Agência EFE)
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