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Policiais equatorianos se preparam para invadir embaixada mexicana em Quito, na noite de 5 de abril.
Policiais equatorianos se preparam para invadir embaixada mexicana em Quito, na noite de 5 de abril.| Foto: José Jácome/EFE

O Equador acusou o México nesta segunda-feira (8) de violar a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. A acusação surge após a invasão das autoridades equatorianas à embaixada mexicana em Quito, ocorrida na última sexta-feira (5), com o objetivo de prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que havia solicitado asilo político ao país norte-americano.

A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, defendeu a operação realizada por seu país, alegando que o México foi o primeiro a violar a convenção ao não responder adequadamente às solicitações equatorianas sobre Glas, indiciado em casos de corrupção.

“É importante mencionar que o México é o primeiro a começar a violar vários artigos da Convenção de Viena e de asilo diplomático”, enfatizou Sommerfeld, acrescentando que "como canal diplomático, enviamos toda a documentação que demonstrava, por meio da Justiça, qual era a situação do então hóspede, como eles chamavam, e depois solicitante de asilo, para que a medida não prosseguisse porque não correspondia".

De acordo com a chefe da diplomacia equatoriana, o México não deu "uma resposta positiva, e apenas mencionou que estava analisando o caso".

Por sua vez, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, condenou a ação nesta segunda-feira, classificando-a como um “ato autoritário” que nem o ditador chileno Augusto Pinochet “teria ousado” colocar em curso.

“Foi um ato autoritário, incrível, às vezes é ruim usar exemplos, mas nem Pinochet, nem o temível Pinochet e outros ousaram fazer isso”, declarou Obrador, acrescentando que “acho que aqueles que tomaram essa decisão estão muito mal aconselhados".

A tensão diplomática entre Equador e México começou a se intensificar na semana passada quando o governo de Daniel Noboa declarou a embaixadora mexicana, Raquel Serur, “persona non grata”, em resposta aos comentários de Obrador sobre o assassinato do ex-candidato presidencial Fernando Villavicencio e suas consequências eleitorais em 2023.

Por causa da invasão de sua embaixada, o México anunciou que denunciará ainda nesta segunda o Equador perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ). Obrador afirmou que a "maioria da comunidade internacional apoia o México", considerando a invasão uma "violação flagrante da soberania e do direito de asilo".

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