O governo do Equador e a enfraquecida oposição do país iniciaram nesta quinta-feira (14) uma campanha para um plebiscito no qual a população, amplamente indecisa, deverá decidir se apóia ou recusa um plano socialista do presidente Rafael Correa para uma nova constituição.

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Em meio a acusações de ambas as partes, 9,7 milhões de equatorianos irão comparecer às urnas no dia 28 de setembro para votar o projeto elaborado por uma Assembléia Constituinte controlada pelo governo. A nova constituição propõe mais poderes para o presidente e sua reeleição imediata.

A campanha, oficializada depois da convocação para o referendo, mobilizou partidos e organizações políticas em todo o país, com bandeiras a favor e contra a nova carta magna de 444 artigos.

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O governo promove a proposta oficial em debates e fóruns, onde distribui o texto impresso do projeto. Parte da proposta é rejeitada pela Igreja Católica.

"Vamos ganhar limpo. Vai ganhar o 'Sim"', disse o Ministro da Política, Ricardo Patiño, ao indicar que o governo não utilizará a estrutura pública e nem recursos estatais para fazer campanha, o que é uma das acusações da oposição.

Os movimentos favoráveis a Correa fizeram concentrações, distribuindo panfletos e adesivos com dizeres que ressaltam os benefícios do projeto, que aumenta o controle estatal na economia e diminui o poder dos partidos desprestigiados nas estruturas estatais.

Os partidários do "Não", que se concentram em sua maioria em Guayaquil, apelaram a criativas representações da Constituição, associando-a a uma proposta "diabólica e abortiva" para promover o "Não".

"É centralizadora, estabelece que o Estado terá controle exclusivo, empurrando ao totalitarismo", disse o presidente do Conselho de Câmaras do Equador, Patricio Donoso, a jornalistas.

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Em uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pela empresa Santiago Pérez, vinculada ao Governo, o "Sim" aparece em vantagem, com 49 por cento das intenções de voto.

A sondagem, do dia 10 de agosto mostrou que 27 por cento dos equatorianos votariam pelo "Não" e 27 por cento se dividem entre votos nulos e brancos.