O novo chanceler equatoriano já avisou à secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, que seu país manterá relações com o Irã e outras nações a despeito das objeções de Washington.

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Ricardo Patiño, há anos assessor do presidente de esquerda Rafael Correa, disse que buscará investimentos petrolíferos e apoio aos setores elétrico e minerador em países como Irã, China e Rússia.

"Nós definimos nossas próprias relações internacionais", disse Patiño à Reuters na quarta-feira, quando descreveu seu recente telefonema com Hillary Clinton.

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"Lamentamos se outros países quaisquer não gostam dessas relações, mas não vamos nos vincular às suas objeções", acrescentou.

Os EUA, que acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, veem com preocupação os avanços diplomáticos de Teerã na América do Sul. O presidente Mahmoud Ahmadinejad, que nega a intenção de ter armas atômicas, recentemente visitou Brasil, Bolívia e Venezuela.

Em dezembro, Hillary alertou os países latino-americanos de que seria "uma ideia realmente ruim" se aproximar do Irã. "Se as pessoas querem flertar com o Irã, deveriam realmente examinar bem quais seriam as consequências", disse ela.

Patiño negou, no entanto, que o Equador esteja sob a influência do líder venezuelano Hugo Chávez, principal voz antiamericana no continente. Ele disse que Quito busca unir a América do Sul sob a Unasul, grupo regional formado em 2008 e presidido por Correa neste ano.

"Temos de integrar a região de um modo que respeite os diferentes pontos de vista políticos. Ontem foi um bom exemplo", disse Patiño, referindo-se a uma reunião em Quito na qual o bloco montou um pacote de 300 milhões de dólares em ajuda ao Haiti.

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Segundo Patiño, "o Equador não está no âmbito de Chávez, está no âmbito da Unasul".

Correa tomou posse em 2007 e continua popular apesar da crise econômica do ano passado e da escassez energética causada pela seca. Em 2008, Correa atraiu a antipatia dos mercados por declarar a moratória em um lote de 3,2 bilhões de dólares em títulos internacionais.

O governo tinha dinheiro para pagar os títulos, mas decidiu seguir as recomendações de uma auditoria comandada por Patiño que considerou os títulos "ilegítimos".